sábado, 30 de agosto de 2008

ORGULHO! - Por que eu fui e continuarei indo a parada do orgulho lgbt


No último dia 20 de julho foi realizada a 11a Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) de Belo Horizonte. Esta já deve ser a quarta ou quinta vez que eu participo. Desta vez, cerca de 30 mil pessoas também me acompanharam pelas ruas da capital mineira. Um número discreto comparando com a realizada em São Paulo, que reúne mais de 3 milhões de pessoas e é considerada a maior do mundo, mas mesmo assim, 30 mil pessoas é um número significativo. Entretanto, poderia ser maior se você também tivesse ido.

Ok, talvez eu devesse ter escrito e publicado esse texto antes da realização da Parada, mas são os próprios gays militantes que fazem questão de frisar que a Parada/Orgulho Gay é durante todo o ano e não apenas em um dia. Então, meus argumentos são válidos, afinal, você, assim como eu, conhece um gay ou uma lésbica e é tanto a causa deles, quanto a minha e a sua, que as Paradas realizadas em todo o mundo defendem: o direito de ser o que é. Mais do que uma forma de amor específica, mas o direito de você viver a sua vida de sua maneira, sem vergonha, com orgulho e feliz. E é assim que deve ser, independente de orientaçao sexual, raça, credo e tantas outras opções que fazemos individualmente em nossas vidas.

Primeiro, com certeza aquela história de que uma pessoa pode fazer a diferença se aplica nesse caso. Já imaginou se cada um que conhece um gay ou lésbicas ou B ou T estivesse ido na Parada? Certamente estaríamos mais próximos do número da Parada Paulista. Sim, porque para ir a Parada não precisa ser gay, lésbica e Cia. Eu mesmo presenciei famílias “tradicionais” formadas por pai, mãe e filhos lá no Domingo. E qual o problema de você ir? Vão falar q você é gay? E isso te preocupa? E isso por acaso é alguma ofensa? Imagino que você já esteja bem grandinho para se preocupar com o q os outros vão supor sobre você. Se eles não acreditarem que você estava lá para apoiar o direito de cada um fazer o que quiser de sua vida, desde que haja respeito com o próximo, o problema seria eles e não você, certo?

Se assim for, as Paradas se tornarão uma verdadeira festa fora de época e não estou falando de micaretas. Serão várias pessoas se divertindo pelo bem. Sei que números são números, mas se você pensar que sua presença pode ser significativa na vida de pessoas que sofrem diariamente com o preconceito físico, verbal e até o silencioso... Ou que milhares de casais gays não podem ter seus direitos assegurados quando resolvem dividir a vida juntos. Direitos esses, os mesmos que você tem com sua namorada(o). Negá-los a uma parcela da população lhe parece justo?... Você vai ver que você faz diferença sim! Sua presença ajuda a visibilidade dessas e outras questões tão importantes para vida do outro.

Além do que, ir a Parada lhe traria diversos benefícios. Tanto para sua saúde física quanto mental e até para sua vida social. Dúvida? Então pensa comigo: Primeiro, as Paradas geralmente são realizadas nos Domingos e há dia na semana em que estamos mais a toa do que esse? Você não acha que seria melhor ir as Paradas do que ficar em casa sentado na poltrona vendo Domingao do Faustao ou passar o dia deitado na cama sem fazer nada? Ou que tal, sair um pouco da rotina e fazer um programa diferente com os amigos e/ou família? Este seria o benefício mental de ir a Parada e ao mesmo tempo social, afinal, sua sociabilidade provavelmente ali seria desenvolvida. Você estaria ali conversando com outras pessoas e reforçando os laços entre os conhecidos.

Sua saúde física também seria beneficiada, afinal, você iria se exercitar um pouco andando pelas ruas da cidade e talvez queimaria até um pouco das calorias ao dançar ao som dos trios-elétricos, que acompanham a Caminhada. E calma, não é só música eletrônica que toca, tem axé, mpb. Enfim, músicas diversas para público diverso, nada mais coerente. Além dos clássicos “gays” que todos adoram. Ou você vai negar que não dança Dancing Queen do Abba, I Will Survive de Donna Summer ou YMCA do Vilage People em festas - bailes de formatura, festas de quinze ano, de casamento e até na balada - por aí?

E sabe qual seria o benefício principal? Lá, você verá um tanto de gente se amando tranqüilo, tranqüilo... como o amor deve ser. E assim, você seria inundado por um bem estar ao perceber que todos só querem no fundo no fundo serem felizes e sentir-se amados. E não há problema algum nisso.

Aliás, o que fazemos de nossas vidas, ou melhor, o que as pessoas acham e interferem com o que fazemos de nossas vidas é algo que me deixa intrigado. O que o outro faz da vida incomoda tanto? Deveria te incomodar tanto? Se não há desrespeito, violência, maldade na ação, então qual é o problema? Não me diga que dois homens ou duas mulheres se beijando lhe desrepeita, lhe violenta ou é um ato de maldade baseado em crenças, idéias em que você provavelmente nunca chegou a questionar para saber se elas fazem sentido ou não. E não venha também querer argumentar dizendo que não é natural, porque o “homossexualismo” é presente também em outros reinos da natureza.

Então, por acreditar que minha presença faz diferença para o bem da vida das pessoas; por perceber que é o mínimo que posso fazer para que vivamos em um mundo melhor, mais tolerante; por acreditar na simbologia daquela celebração ao amor e a vida, e principalmente, a liberdade de escolha; Enfim, por tudo isso e por muito mais: fui e continuarei indo nas Paradas Gays do Brasil e do Mundo. E espero sinceramente poder lhe encontrar em alguma. E quem sabe, vamos juntos na próxima?


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