domingo, 21 de outubro de 2007

POESIA - para fazer sentido (?)



Sentir
(Valmique)


Isso não faz sentido para você

Como o que você faz não faz sentido para mim

Mas aqui estamos nós: insistindo em achar sentido

Mesmo quando já sentimos, que não há mais sentido.

5º FIQ! - fui e fiq(uei) deslumbrado com o festival internacional de quadrinhos


Como reunir em um só lugar a imaginação infantil, com a seriedade do mundo adulto e o vigor juvenil? Ora, nos quadrinhos ou mais precisamente, no Festival Internacional de Quadrinhos da América Latina, que esteve em Belo Horizonte de 16 a 21 de outubro, em sua 5a edição. Difícil de acreditar? Imagina! Porque foi possível entre ilustrações, histórias em quadrinhos, tiras de gibi, mangá e até em painéis em texturas em alto-relevo, destinadas a pessoas com deficiência, entrar em um mundo onde é possível se divertir com o Menino Maluquinho e a Turma da Mônica; se permitir ir além da realidade e condição humana com Batman, Super-man e até rir, refletir e por que não lamentar do Brasil. E claro, conhecer algo além de Frank Miller, Ziraldo, Angeli e Maurício de Souza.

Sim, o mundo dos quadrinhos é ilimitável e por isso mesmo, fantástico. Confesso que foi a primeira vez que fui ao Festival e tive contato direto e mais aprofundado com esse fantástico mundo paralelo, que então, se “abriu” para mim de forma justamente... ilimitável. Afinal, foi possível em algumas horas ir desde questões existenciais do ser humano, passando pela fantasia das cores e imagens até problemas sócio-políticos contemporâneos.

Assim, dentre outros nomes, cores e idéias conheci a simpática “Turma do Xaxado”, uma revista em quadrinhos voltada ao público infantil - mas definitivamente não só para eles, eu garanto - com personagens característicos do Nordeste que é criação de Antônio Cedraz, que tem nada mais nada menos que o título de Mestre dos Quadrinhos Nacionais, concedido pela Associação de Caricaturistas e Desenhistas de São Paulo; A história de Black Jack, popular obra de mangá de 1970 do autor Osamu Tezuka – que já virou até jogo de video-game, que conta a história de um cirurgião que também cura as almas das pessoas; Uma homenagem, merecidíssima, a Oscar Niemyer, pela celebração dos 100 anos do arquiteto, com trabalhos de Angeli a David Lloyd; E as ilustrações de realismo fantástico do Orlando Pedroso, que também foi homenageado no 5o FIQ.

Prova do mundo ilimitavelmente fantástico dos quadrinhos é saber que o relato nos parágrafos acima, foi apenas uma parte do todo. Porque além das exposições, houve palestras e mesas redonda com convidados nacionais e internacionais, oficinas, mostras de filmes. Além da homenagem ao Japão, terra dos famosos Mangás.

O 5o Festival Internacional de Quadrinhos foi realizado na Serraria Souza Pinto pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura e da Editora Casa 21, com patrocínio da Usiminas. E o melhor, toda a programação teve entrada gratuita.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A ARTE DE BRITNEY - de uma exposição em Hollywood até o clipe de Gimme More

Em suas performances ao vivo ela não canta, dubla. Há quase quatro anos ela não lança um disco, o que é muito tempo para uma artista pop que já foi considerada até sucessora de Madonna. Suas últimas notícias estão relacionadas 90% sobre sua vida pessoal e os outros 10% sobre o seu trabalho e o que nem sempre são positivas, como foi sua fraca performance na premiação da MTV norte-americana deste ano. Poderia mesmo assim Britney Spears ser considerada arte? Ao menos para os documentaristas Fenton Bailey e Randy Barbatos a resposta é sim. Acontece, que os dois abriram em 28 de setembro uma exposição com 50 quadros e esculturas em uma galeria de Hollywood intitulada "Just Britney". É isso mesmo, uma exposição expondo os feitos super-expostos pela mídia mundial da intitulada "princesinha do pop" durante seus 25 anos de existência e muitos deles dedicados à arte, de entreter, pelo menos.


Exagero? Talvez a própria Britney venha com a resposta em uma de suas novas músicas, que fará parte do seu novo disco que sairá no final deste mês e que já "vazou" na rede. No início de "Piece Of Me" ela canta: "I'm miss american dream since i was seventeen... and you want a piece of me". Ou seja, para quem há quase uma década vive no holofote da indústria cultural norte-americana talvez tenha algo relevante a dizer/mostrar com o seu trabalho ou vida pessoal, já que sua vida pessoal parece ter se tornado parte significativa de seu trabalho ultimamente.


Na exposição há trabalhos que retratam momentos importantes e delicados de sua vida/carreira. Como o beijo na boca de Madonna na premiação da MTV de 2003, reproduzido em uma tela, e um quadro de 3 metros por 1,8 baseado em uma foto de um paparazzo que mostra ela sem calcinha ao sair de um carro. Ainda há espaço para trabalhos mais conceituais sobre uma artista nem tão profunda assim, como o retrato "Gum Blond XLVIII", de Jason Kronewald, feito de chiclete mastigado.


Para um dos curadores, o motivo da escolha da artista como tema de uma exposição é o fato dela polarizar opiniões hoje em dia. Justificativa difícil de discordar, já que os trabalhos atuais de Britney serem no mínimo controversos. Um exemplo recente, é o clipe de sua nova música de trabalho, GIMME MORE. No vídeo (veja no link: http://www.youtube.com/watch?v=MBTIqZByx5A ), uma Britney loira assiste uma Britney morena stripper. O primeiro minuto do clipe gera até uma expectativa já que ela aparece provocante e se insinua para a câmera, mas o clipe não evolui a partir disso. Chega a lembrar sua fraca performance na premiação da MTV desse ano: pouca dança e figurino de gosto duvidoso. Sendo o grande segredo do clipe, dirigido por Jake Safarty e idealizado por Spears, é a edição, que consegue fazê-lo ficar menos maçante. Este trabalho passa longe de produções anteriores como os vídeos de I'm Slave 4 U e Toxic, grandes sucessos da moça. Nem mesmo a terceira versão deste clipe (?!), onde ela mostra os seios, tampando os mamilos com uma espécie de tatuagem, melhora o vídeo. Em suma, o clipe repete o que vem mostrando Britney, a artista, ultimamente: Preguiçoso e aquém do seu passado musical e expectativas para o seu futuro. Para quem chegou a ser considerada "princesa do pop" é pouco. Muito pouco.


Mas se você é fã de Spears, calma. Nem tudo parece perdido. Já que suas novas músicas, tanto Gimme More quanto Piece Of Me são ótimas. Ótimas mesmo. Excelentes músicas eletro-dance contemporânea. Mas é difícil precisar até que ponto ela está envolvida nisso, já que em suas canções há tanta produção por traz. E no mundo pop em que Britney está inserida, só a música não é o suficiente, a imagem tem que ser tão boa quanto ou até superior. Mas ultimamente ela parece ter esquecido disso... como podemos perceber na recém divulgada capa de seu novo disco, que é muito ruim (veja no link: http://www.britney.com/) . Primeiro, porque utiliza a mesma foto que estampa o single de Gimme More e é a mesma que vem sendo utilizada desde o início de seu "aguardado retorno" ao mundo da música. Segundo, pela arte precária feita em cima da foto, algo que nem estudante do primeiro período de Publicidade faria. Mas talvez, mais uma vez a própria Britney tenha a resposta. Dessa vez, com a escolha do nome do novo disco. O novo trabalho se chamará BLACKOUT, que significa algo como apagão ou momento em que todas as luzes são apagadas. Assim, quem sabe com esse disco ela resolva ou consiga apagar o que fez recentemente em relação a sua vida pessoal e artística OU apague as luzes e se recolha até que esteja disposta a retornar ao show business de forma digna.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

INDIE 2007! - o lado cool e o nada cool do cinema


Uma relação incestuosa verídica, entre mãe e filho com um fim trágico. A invenção de um carro movido a sangue humano. O quebra-cabeça de duas crianças japonesas ao lidar com a morte dos pais. Tudo isso, ao som do bom e velho... Punk.

Seria o parágrafo acima mais uma poesia fruto do inconsciente? Nada disso. São apenas poucas palavras para exprimir a idéia de alguns dos filmes exibidos no INDIE 2007 - Mostra de cinema mundial, realizado pela Zeta Filmes, que aconteceu em Belo Horizonte entre os dias 5 e 11 de outubro no Usina Unibanco de Cinema e no Cine Humberto Mauro.

Filmes chocantes? Sim, mas o INDIE é isso e muito mais. Há filmes chocantes, mas também fortes, densos, inteligentes, instigantes, clássicos, bizarros, politicamente toscos e na pior das hipóteses, “blasé demais” ou “viajado demais” ou “artístico demais”. Temáticas a parte, o INDIE é na verdade um evento obrigatório para quem gosta de apreciar a sétima arte produzida em várias partes do mundo.

A Mostra, que realizou sua sétima edição neste mês de outubro, exibiu 129 filmes de 23 países. E o melhor, de graça. E se você mora em BH e neste exato momento se pergunta “onde eu estava que não prestigiei isso?”. Tente relaxar, sabendo que a divulgação do festival não é lá essas coisas, o que pode justificar você não ter sabido disso. Mas quem foi, sabe o quanto vale a pena. Mesmo ficando na fila um bom tempo antes da distribuição de ingressos ou até mesmo ter assistido alguns dos filmes sentado no chão. O que nos leva a crer, que seria interessante os organizadores pensarem em aumentar os locais em que se realiza a Mostra. Mas mesmo assim, o INDIE funciona, e bem. Então, o que um festival tão cool, no sentido mais amplo possível e não apenas por exibir o novo de David Lynch antes de entrar em cartaz, poderia ter um lado nada cool? A resposta pode ser você que está lendo esse texto. Porque o maior problema: é o público.

Mas calma, não é nada específico quanto ao público que freqüenta o INDIE. Mas de certa forma é triste perceber no público que freqüenta esse tipo de “festival” ter o mesmo comportamento, ao menos em sua grande maioria, do público que freqüenta salas de cinema de Shopping Centers. Talvez, seja por boa parte do público ser adolescente e essa fase é difícil mesmo, eu mesmo já fui convidado para me retirar de salas de cinema quando tinha meus 15, 16 anos. Ou talvez, e pior, seja falta de educação mesmo.

A má conduta do público começa antes mesmo de entrar na sala de exibição do filme, porque ao invés das filas crescerem em comprimento, crescem em largura. Se por um lado a organização deixa a desejar na fiscalização/controle, por outro, falta ao público consciência e respeito. Isso pode ser frustrante quando você está em uma dessas filas e tem que sentar no chão ou até mesmo não ver o filme porque os coleguinhas do cara da frente "pegaram o seu lugar".

Já na sala de exibição é preciso mais do que um parágrafo para falar dos problemas que lá acontecem. Primeiro tem o tal do celular. Quando o indivíduo não resolve atender a ligação no meio do filme para dizer justamente "estou no meio do filme, não posso falar, depois eu te ligo" - como assim?! Como alguém pode ser tão estúpido a esse ponto?! – há os que colocam o aparelho no silencioso e aí, durante o filme o celular vibra e a pessoa olha para o visor para saber quem é que está ligando e faz em silêncio e com gestos a verbalização da frase entre aspas acima.

Outro acontecimento na sala, paralelo ao filme que está sendo exibido, é quando sua visão de repente é tomada de sobressalto por uma luz, que não é a oriunda da sala de projeção e sim do visor de celular. Porque não sei quem divulgou a informação de que só mexer no celular durante o filme não atrapalha.

E não para por aí: Há o cara de traz que resolve fazer comentários (óbvios) durante o filme. A moça do lado que cochicha com sua colega sobre o filme exibido durante toda a exibição e por ser um sussurro, ela acha que não está atrapalhando ninguém. Ainda tem o mané da frente, que ri de tudo e faz piada de tudo.

E há situações realmente preocupantes, relacionadas diretamente ao grau de abstração do espectador. Percebi, que algumas pessoas devem supor que quando não há diálogo no filme a conversa está liberada. Afinal, são só imagens. E imagem não diz nada e o que diz é dito pela boca do personagem ou narrador, certo? POR ALMODÓVAR! Por favor, antes de ir ao INDIE ou a QUALQUER SALA DE CINEMA tenha a postura e comprometimento adequados. Mas se você acha que não conseguirá deixar de fazer nenhuma das atitudes descritas acima, por favor, alugue um DVD e assista em casa e encha o saco só da sua mulher ou de seu marido, isso, se você sendo chato (a) desse jeito ainda for capaz de ter um(a). Porque essas são atitudes que DEFINITIVAMENTE atrapalham a concentração de quem gosta de apreciar um bom filme.

Assim, ou melhor, não sendo assim, o INDIE será ainda melhor, por mais incrível que isso possa parecer.

PS: Os filmes que citei no início desse texto são respectivamente: Savage Grace de Tom Kalin, que pra sua felicidade deve entrar em cartaz e você poderá assistir uma das melhores atuações de Julianne Moore. Carro A Sangue (Blood Car) de Alex Orr, que infelizmente quem viu, viu. Quem não viu, pode lamentar. Estrada 225 (Route 225) de Yoshihiro Nakamura, que provavelmente não entrará em cartaz apesar de ser um filme de 2006 e Punk's Not Dead um documentário de Susan Dynner que também dificilmente entrará em cartaz.. Pois é, o INDIE tem disso, mas não lamente tanto, alguns filmes exibidos já entraram em cartaz em algumas capitais do Brasil e podem ser que sejam exibidos em outras.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

VOU TER QUE VIRAR FÃ DA IVETE? – desabafo de um brasileiro que aprecia música pop internacional



Três questões estão me incomodando profundamente no momento. Elas estão diretamente relacionadas ao fato de ser brasileiro, de classe média e morar aqui no Brasil. Não, não estou falando sobre a subida de posições do país em algum dos rankings de pobreza e corrupção divulgados pela ONU ou algo do tipo. Não meu caro, tenho questões mais importantes que me afligem no momento. Como o novo disco da Natalie Imbruglia, o novo da PJ Harvey que ainda não foram lançados no Brasil e até mesmo se as Spice Girls vão fazer show no país ou não.

NATALIE IMBRUGLIA lançou sua coletânea no início de setembro no exterior, intitulada Glorious – The Singles 1997-2007, e aqui no Brasil, nem sombra. E pra agravar ainda mais essa ausência, esta coletânea vem acompanhada de um DVD com os clipes que ela lançou ao longo de dez anos de carreira – alguns, verdadeiras preciosidades do mundo áudio-visual, como os clipes das músicas That Day e Shiver. Este último, por exemplo, mostra como fazer de uma aparente "mais uma música de amor" algo bem mais interessante. Confira no link:http://www.youtube.com/watch?v=FxdGj817u4A

Ainda não sabe de quem estou falando? Ah, sabe sim... olha só:http://www.youtube.com/watch?v=nHKKFf4EDlM&mode=related&search=

Lembrou né? Pois bem, provavelmente você não sabe mais nada sobre Natalie Imbruglia além dessa música Torn – e agora, Shiver - o que é uma injustiça, porque ela é muito mais do que só essa música. Muito mesmo. Mas aqui no Brasil, não sei por qual motivo, ela não é "divulgada o suficiente". E essa coletânea que saiu há mais de um mês no exterior (!?!?!) e ainda não tem previsão de lançamento aqui no Brasil , seria um ótimo começo para você adentrar no mundo musical dessa australiana de feições tão belas quanto sua arte.

PJ HARVEY, definitivamente uma das minhas musas, lançou seu novo disco White Chalk no final de setembro e... Isso mesmo. Nada para quem mora aqui no Brasil. Se não fosse a internet, não seria possível, até o momento, ouvir essa inglesa que faz uma arte visceral e poética, trocar a guitarra pelo piano neste novo trabalho. Ouça sua primeira música de trabalho deste disco, When Under Ether, no link abaixo. Mas se você quer ver o que é uma mulher autêntica com o rock nas veias? Veja o DVD dela PJ Harvey On Tour Please Leave Quietly e mergulhe de cabeça, sem medo, porque vale a pena. Ouça:
http://www.youtube.com/watch?v=74SwCYrALZM

Sim! Elas voltaram! Ou melhor, anunciaram a volta e voltam mesmo no final do ano, em novembro, quando saem em turnê pelo mundo e lançam um álbum com os maiores sucessos. Sim, estou falando das SPICE GIRLS. E porque estou falando delas? Porque tenho que confessar, que eu curto (ou curti?) essas garotas que na verdade hoje já tem mais de 30 anos e são quase todas mães. Constrangedor? Talvez... Afinal, todos gostamos de alguma coisa que preferimos que os outros não saibam... Enfim, quando soube que elas voltariam para a turnê e tal confesso que vi a notícia com um saudosismo adolescente mas depois achei a idéia boa – mesmo que aparentemente oportunista - a ponto de querer que elas façam o show aqui no Brasil. Mas como não é surpresa para quem leu os parágrafos acima, o Brasil também não está dentro, ao menos até a segunda ordem.

Mas nós do terceiro mundo que gostamos de artistas pop internacional já deveríamos estar acostumados com o fato deles ignorarem nosso carinho, certo Madonna? Bem, acostumados estamos, mas dá pra entender o por que das garotas apimentadas incluírem a Argentina nessa turnê e o Brasil ficar de fora? Sim, elas irão fazer shows para nostros hermanos, vizinhos muy amigos argentinos no final de janeiro de 2008. Por que então não aproveitam e dão uma esticadinha até aqui? É só elas pegaram um jatinho e em menos de alguns minutos elas terão cruzado a fronteira. Ok, sei que grandes shows não são fáceis de serem realizados em qualquer lugar por causa da tal logística dentre outras coisas mas...Pô! O Brasil tem uma população maior que a da Argentina e há fãs delas aqui, tanto que alguns até fizeram um abaixo assinado para que elas tragam o show pra cá. Não entendo... deve ter uma cláusula no contrato delas com a Argentina permitindo que elas façam show em qualquer país da América latina, até na Guatemala, menos no Brasil, fruto da “guerra fria” Brasil x Argentina... Ou será – agora falando sério - que elas estão achando que o show em Buenos Aires é na "capital do Brasil"? Alguém por favor! Avisem as garotas! Rápido! Os macaquinhos brasileiros agradecem.

Para entrar no clima apimentado veja o link abaixo, cante e cruze os dedos! (Não, não sou eu nenhum deles com peruca) :
http://www.youtube.com/watch?v=6jQ-QDzyhpo&mode=related&search=

Bem, se você está querendo algum desses trabalhos ou show em terras brasileiras, o jeito é fazer uma "fezinha pro santo". Agora, começa a fazer sentido o Brasil ser um dos maiores países católicos do mundo. Afinal, só uma intervenção divina numa situação dessas. Até porque "eu sou brasileiro e não desisto nunca!" – Sacada inteligente (ou pertinente) esse slogan, hã? É, pelo visto é bom começar a abrir os horizontes, deixar opniões de lado, aproveitar a realidade onde me encontro e começar a ver o lado bom de Ivete Sangalo. (Se você sabe qual é me avisa, ok?)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

OUTRA - poesia



Profundamente
(valmique)

Irrita-me

Profundamente

Perceber o quão permissivo fui

Em relação ao quanto você me afeta

É a sua rejeição

O seu parabéns

Seu beijo

Seu sexo

Sua superficialidade

São suas expectativas e as minhas frustrações

São minhas abdicações

Meus pequenos prazeres

Meu pró-ativismo

Minha auto-censura

É a minha espontaneidade

E a minha promiscuidade

Definitivamente,

Irrita-me

Minha negligência em relação a mim mesmo

Nessa matemática abstrata, eu e você

Sua influência demais

Minha reação de menos

Esta constatação,

Irrita-me

Profundamente

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

ADVINHA? - poesia



Vinícola em película
(valmique)


Algumas coisas

e pessoas, por que não?

São melhores para serem apreciadas com o passar do tempo

Como um filme de Woody Allen, por exemplo

Nesse caso,

O tempo é aliado

Testemunha e cúmplice

De nossa busca necessária

Em sermos melhores versões de nós mesmos,

Com o passar do tempo

VÍDEOS! - três maravilhosas formas de se entreter a um clik de distância


01 - Você pode até não ser religioso, mas há de concordar que uma intervenção divina nos dias de hoje, pela forma como o mundo está e as pessoas que nele habitam tem se comportado, não seria nada mal. Mas como você acha que Deus entraria em contato conosco nos dias de hoje? Dando entrevista para algum jornal de apelo popular? Desceria pelo céu de Nova Iorque para fazer discurso anti-todas-as-formas-de-terrorismo onde era o World Trade Center? Mandaria outro filho para andar sobre o rio Tietê em São Paulo para sair na TV? Ou escreveria uma carta e a publicara no You Tube? Se você gostou da última hipótese veja o filme abaixo e preste atenção nas palavras do Senhor moderninho. Pode ser até que Deus não tenha nada haver com isso, mas que a mensagem é boa, quase divina, isso é!
http://www.alanis.com/video/lettertogod.html

02 - Definitivamente a apresentação de Britney Spears na premiação da MTV gringa este ano foi decepcionante, até mesmo para os fãs da princesinha do pop. Mas não seria ótimo se tivesse sido diferente? Afinal, a música é boa e ver performances pop de qualidade é sempre bem vindo. Mas se é impossível voltar no tempo isso não quer dizer que seja impossível tentar ver as coisas de outra forma, sobretudo com a ajuda de um bom photoshop.... Talvez se Britney, sua gravadora, seus assessores e até a MTV tivessem pensando nisso...
http://www.youtube.com/watch?v=8njh3rgmHLI&mode=related&search=


03 – É necessário fazer uma propaganda sexy para anunciar desinfetante?! E ainda com um quê de filme pronô?! Como assim?! Vá ao site abaixo e confira. As donas de casa agradecem (e nós também).
http://www.cleaninghunk.com/

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

MAIS UMA - poesia




Homeopatia lírica
(valmique)


tome sua dose homeopática de poesia todos os dias

para ainda acreditar que a vida pode ser bonita

BABADO SÉRIO – notícias recentes sobre o mundo gay



Os gays, lésbicas, bissexuais e todos os outros Y,H,K,L que compõe a comunidade GLBTT podem comemorar quando forem a banca mais próxima. Uma nova revista sobre esse adorável mundo colorido foi lançada recentemente. O nome dela é "Junior" e está sendo considerado pela crítica como "a Capricho gay". Em sua equipe, na direção, está André Fischer, um dos responsáveis pelo Mix Brasil - festival de cinema realizado em algumas cidades do país, tendo como temática a diversidade sexual.

Agora, se você é da turma do "babado" e mora em Belo Horizonte, pode comemorar em dobro. Na capital de Minas Gerais foi lançada, também recentemente, a revista "H", do colunista Marcelo Rios. A proposta da revista é abranger o máximo possível o universo GLBTT. E nesse caso, o melhor, é que a distribuição é gratuita. Mas tem um detalhe, só será distribuída em locais que tenham a banderinha do arco-íris. Assim, se você não saiu do armário.... esquece! Ah! E se você é de outro estado, nem tudo está perdido, existe intenção de distribuir a revista no Rio e em São Paulo.

Definitivamente, essas são boas notícias. Afinal, a melhor forma de combater o preconceito é com informação. E o lançamento de duas revistas contribui diretamente pra isso. Mesmo que o principal leitor já seja "entendido", ele terá em mãos informações para desencanar de vez com sua orientação sexual e parar de achar que é uma aberração da natureza só por gostar de pessoas do mesmo sexo.

Aberração da natureza, caros amigos, foram alguns acontecimentos recentes... como as declarações estapafúrdias do presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad, em recente visita aos Estados Unidos, como: “Nós não temos homossexuais como em seu país (EUA). Nós não temos isto em nosso país. Não temos este fenômeno” . Mas graças a tecnologia, o "isso" que ele se referia veio a tona e mostrou "aquilo": Gays do irã divulgaram fotos e relatos do que sofrem no país, como chicotadas, devido a orientação sexual que têm. Veja no link abaixo mais detalhes.
Viu? Ora, não venha me dizer que a religião justifica ações desse tipo ou faz disso mais compreensível. Afinal, que religião é essa que não preza pelo respeito e amor real, não só na teoria, ao próximo? Por isso que sou seguidor é de John Lennon: Imagine...no religion...

Cantemos irmãos, cantemos! Quem sabe assim o mundo poderá ser um lugar melhor para viver.

Imagine
(John Lennon)


Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace

You may say
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A Brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say
I'm a dreamer
But I'm not only one
I hope some day you'll join us

terça-feira, 2 de outubro de 2007

I’M BRINGING VIDEOCLIPEBACK - a premiação da MTV Brasil



Na semana que o Brasil se inquietava para saber “quem matou a Taís” num mundo paralelo, não muito longe dali, alguns músicos também deviam estar inquietos para para saber se ganharia ou não na premiação da MTV Brasil.

O Vídeo Music Brasil mais conhecido como VMB, a tal premiação, aconteceu no último dia 27, sem maiores surpresas para o público da emissora, a não ser o show da Juliette and The Licks. Não quero comentar quem ganhou ou quem perdeu ou se a festa foi boa ou não até porque, não assisti e...quem não viu não pode falar, certo? Errado! Se não estive “durante”, estive antes e depois. Soube das categorias, os indicados, vi as chamadas da premiação na tv, o resultado, a cobertura nos sites de notícias... então, acho que posso comentar sim.

Para uma emissora que tem música no nome e que há tempos praticamente não passa música em sua programação, coerentemente, a premiação realizada pela mesma, que tem vídeo no nome, o vídoe-clipe ficou em segundo plano, como mostrou as categorias. É claro que música é muito mais que video-clipe, mas para um emissora de música, video-clipe, já que une imagem e música, é ou deveria ser tudo ou quase-tudo. Mas a MTV não está de toda ruim não, ou menos no VMB. Neste ano, em que houve uma reformulação geral nas categorias da premiação, surgiram algumas que mostram que eles estão antenados com o momento atual musical e juvenil. É o caso de incluir “melhor web hit” - que ganhou, merecedimante, o emblemático vídeo de “vai tomar no cu” - e “você fez” - já que hoje qualquer um pode fazer um clipe com a câmera do celular assim como pode tirar onda de escritor em algum blog, como eu estou fazendo no momento.

Mas a questão é: Uma coisa não exclui a outra. Explico-me: Não sei se estou sendo saudosista em plena era You Tube querer ver vídeo-clipe quando ligar na MTV ou querer ver as categorias melhor clipe pop, melhor vídeo rock, melhor diretor de video-clipe entre outras no Video Music Brasil. Talvez eu esteja ficando um pouco demodê mesmo, afinal a MTV gringa parece fazer a mesma coisa que a tupiniquim. Mas não é só eu, um zé ninguém que está reclamando, foi Justin Timberlake, o cantor-produtor-e-não-sei-mais-o-que-do-momento, que também demonstrou desgosto com o lugar que o video-clipe está tendo hoje em dia. Quando Justin foi receber um dos prêmios que ganhou, no Vídeo Music Awards desse ano - a premiação da MTV gringa, declarou algo como “mtv, queremos ver clipes e não Os Simpsons”.

O VMA também colocou as categorias sobre video-clipe em segundo plano este ano. E pra piorar a desconsideração com os video-clipes quem vota nestas premiações é o público. Ao menos a MTV Brasil insiste nisso, porque na dos gringos, eles fizeram isso no ano passado mas parece não terem gostado do resultado (nem eu, afinal Because Of You da Kelly Clarkson ganhou o prêmio de melhor vídeo feminino deixando para trás clipes/artistas como Hung Up de Madonna - Meu protesto não é só porque a música é uma água-com-açúcar insossa mas o clipe também é). Em 2007, no VMA, o público só pode votar em uma, a de revelação. O que acho justo deixar uma ou outra categoria para o público votar. Está se sentindo ofendido? Relaxa, leia o parágrafo abaixo que a raiva passar, garanto.

Público é público e fã, é um tipo de público “pior” ainda. Não que o público não pense, mas no geral ele não tem embasamento técnico/científico e o público-fã é extremamente parcial. Eu por exemplo, é claro que se eu puder votar na Alanis Morissette em alguma coisa eu vou votar nela não importa se o trabalho dela for inferior do que o dos candidatos. Por isso, deve existir um júri qualificado para saber valorizar algo feito por Jonas Akerlund, Chris Cunningham ou Stephanie Sednoui, entre outros, quando o vídeo dessas feras estiverem concorrendo com uma canção pop-chiclete do momento. Público-fã, como é o da MTV, não vai fazer isso, sobretudo quando a maioria desses fãs são adolescentes. Uma categoria para eles/nós seria o suficiente, afinal isso faz a votação nessa categoria mais emocionante, ao menos para mim, como era com a finada “escolha da audiência” do VMB.

Bem, estou com o Justin. Mas também acrescento ao discurso dele (até porque ele tem outras razões para querer ver clipe na MTV, sobretudo os dele) que também quero ver os video-clipes serem valorizados em premiações, principalmente naquelas que tem vídeo no nome. Para que assim, valorize-se quem faz do video-clipe seu trabalho e nos presenteia com verdadeiras preciosidades visuais quando apenas ligamos nosso aparelho de tv (ou acessamos o You Tube, claro).

E O PARAÍSO CHEGA AO FIM - o úlitmo capítulo de "paraíso tropical"


Na sexta-feira 28 de setembro a pergunta que inquietava boa parte do Brasil foi respondida. Afinal, na noite desse dia revelou-se “quem matou Taís”, a gêmea má da novela Paraíso Tropical. O assassino foi o Olavo e assim, os brasileiros puderam dormir mais aliviados, ao menos nesta noite. E espero, que como eu, com um sorriso no rosto.

Não que eu desejasse a morte do personagem do Wagner Moura, nada pessoal, é que a resposta de uma “difícil” pergunta não foi uma simples resposta. O final que o novelista Gilberto Braga deu para toda a novela foi melhor ou tão bom quanto a história que justificou a morte da personagem má de Alessandra Negrini. E que história!

A morte de Taís foi um mero acidente de percurso para Olavo, que já tinha em mente matar sua mãe, tio e o meio-irmão. Por quê? Poder e fortuna, oras. Taís só estava na hora errada e no lugar errado, mas considerando que ela era uma pessoa errada, foi tudo certo. Olavo revelou seu plano maquiavélico para Jáder enquanto Taís, escondidinha no banheiro do apartamento de Ivan, ouvia tudo. Foi só o personagem de Chico Diaz sair da cena que logo ela entrou triunfante, no melhor estilo dama de vermelho, para chantear o galã-vilão. Mas o glamour durou pouco, porque conforme disse Olavo enquanto envenenava a gêmea-má, momentos mais tarde na trama, desde quando ela ousou chantageá-lo ela “já estava no corredor da morte”.

Estas cenas modestamente descritas acima, somado a outra em que o Olavo também morre, após uma discussão com Ivan, já não mais meio-irmão, com a presença de outros personagens, foi um deleite para quem torcia por qualidade no horário nobre. E felizmente não foi só esses momentos bons na reta final da trama: Tony Ramos e Glória Pires nos presentearam com uma belíssima e emocionante atuação, como de costume nos trabalhos que fazem. Camila Pitanga em seus momentos finais só consagrou um dos melhores momentos, senão o melhor, de sua carreira até agora. O “Excelências” que ela dizia em uma cpi fictícia - que continha posturas reais de políticos - me fez rir horrores! E ainda teve a Beth Goulart, o Daniel Dantas, a Yona Magalhães... e até o casal insípido-incolor-inodoro-gay fizeram bonito em um texto maravilhoso anti-preconceito. A formula é essa, anota aí: elenco brilhante, texto de qualidade e direção competente (alguém me explica o que foi aquele jogo de câmera revelando a Taís escondida no banheiro? Tu-do!) só podia resultar em sucessso. Ah! E o melhor, sem excessos.
Por ser novela, é claro que teve casamento, mas nada de todos os casais da trama se encontrando em algum jardim com seus mais novos bebês. Isso foi outro ponto positivo. Gilberto Braga foi objetivo, não estendeu em detalhes desnecessários. Mas como nada é perfeito, o fim de Marion, personagem interpretada magnificamente bem por Vera Holtz, e o da personagem Alice foi muito... hã... “bem feito suas bandidas bobas - ha ha ha”. Mas sem dúvida, o resultado final foi muito positivo.

E o mais bacana de tudo isso, foi saber que foi algo transmitido em pleno horário nobre da tv, ou seja, acessível para qualquer um, para quem quisesse ver. Que sirva de exemplo para os envolvidos diretamente e indiretamente em entretenimentos do gênero. Sinalizando que é possível sim, fazer algo popular e de qualidade. Paraíso Tropical foi prova disso assim como é Madonna, Marisa Monte, Beatles, o extinto seriado Os Normais e o especial O Auto da Compadecida entre outros artistas e trabalhos artísticos, felizmente.

É claro que no caso específico da novela, não estamos diante de uma trama de David Lynch, de um suspense de Hitchcock ou de um drama de Lars von Trier e talentos semelhantes, mas que foi bom de assistir...oh se foi. Entendo a resistência de alguns que talvez tenham feito questão de não assistir, porque as novelas em geral, sobretudo seus finais, não são nada surpreentes ou empolgantes. Até mesmo o próprio Gilberto Braga acabou de forma aquém Celebridades, sua novela de 2003. Porém, o final de Paraíso Tropical foi justamente surpreendente e empolgante.

Com tudo isso, entendo melhor o que Zeca Camargo quis dizer quando escreveu em sua coluna que sua rotina seria alterada pela nova novela de Gilberto Braga. Não que eu desconhecesse o novelista, afinal, foi amor a primeira vista com a mini-série Anos Rebeldes, sentimento que ser forticou com a injustiçada Força de Um Desejo, com a vigorosa Celebridades e sei até da importância de Vale Tudo, porque na época era pequeno demais para saber o que passava na tv além de Xuxa.

Entretanto, é engraçado que Paraíso Tropical não me chamou a atenção no início, não sei se foi por ter mais uma vez o Rio de Janeiro como cenário depois da overdose de corcovado e Leblon de Páginas da Vida. Mas não importa, o que importa é que cheguei a tempo de ver um dos melhores finais de novela que já vi na tv.

Antes tarde do que nunca, já diz o ditado popular (olha essa palavrinha aí de novo gente!)
Bem Zeca, quem sabe te faço companhia na próxima novela do Gilberto Braga já que nossas rotinas estarão alteradas pelo mesmo motivo.

Ps: Salve-salve o elenco de Paraíso Troprical! Todos, todos foram excelentes. Desde Alessandra Negrini, protagonista e antagonista ao mesmo tempo que foi criticada no início da novela, até a “esquisita” Débora Duarte. Destaco a novata, ao menos pra mim, Maria Eduarda, que fez a Odete, me divertia muito quando ela entrava em cena.

POESIA - pra começar


O Início
(Valmique)


Tudo tem um início

E esse aqui, é o início disso



Agora

Neste exato segundo

Pronto

dois pontos

Está iniciado o início de tudo isso

Assim como foi o big bang pra ciência

Assim como foi adão para a religião

Porque é do homem querer saber o início das coisas

Em mais uma de suas favoritas ilusões

A falsa sensação de controle

O pseudo poder atemporal

(Risos)

Porque o que é início já nasce fim

em um ciclo invisível

Que o relógio não consegue precisar

Que o cérebro não consegue acompanhar

E que a retina, muito menos de registrar

O momento em que o início deixou de ser começo e já é fim

Enfim

Como homem, tenho dito

Está iniciado,

O início