domingo, 31 de agosto de 2008

(ONE) BIG SUCCESS WONDER! - o problema de fazer muito sucesso... com um trabalho.



Será que o problema sou eu? Por ainda gostar de artistas que fizeram muito sucesso com o seu primeiro trabalho e não conseguiram repetir isso com os outros? Ao menos esse é o caso de Alanis Morissette e M.Night Shyamalan. Ela, lançou em 1995, o disco Jagged Little Pill, que vendeu mais de 30 milhões de cópias e deixou clássicos como Ironic, You Learn e You Oughta Know. Ela ganhou vários grammys - o oscar da música - e entrou para o guinners book, isso mesmo, o livro dos recordes, como a melhor estréia de um artista. Já ele, em 1999, lançou o filme O Sexto Sentido, que fez todo mundo sentir medo e ao mesmo tempo admirar a história do garotinho "que via pessoas mortas".

E daí? E daí meus caros, é que após esses verdadeiros SUCE$$OS todos os outros trabalhos lançados por eles não conseguiram nem um terço do sucesso alcançado por esses primeiros trabalhos.

É óbvio, que esses foram trabalhos realmente originais e surpreendentes. Alanis se apontou como uma maravilhosa solução para o pop/rock em uma época em que todos estavam de luto pela morte de Kurt Cobain. Já Shyamallan, trouxe vigor para um gênero em que muitos usam e abusam do clichê. Acontece, é que eles - cantora/compositora e diretor - mudaram, após esse lançamentos. Alanis foi pra índia e viu que o mundo é maior do que o umbigo do seu namorado e Shyamalan viu que o terror/suspense está presente na sociedade além da idéia de fantasmas e monstros.

Entendo que o público talvez queira um Jagged Little Pill 2, 3, 4, 5 e um Sexto, Sétimo e Oitavo Sentido. Mesmo para enjoar deles depois. Mas o que eu não entendo é os críticos, que agem de certa forma como esse público. Para exemplificar, cito duas matérias feitas pelo site G1, mas que é o mesmo caso em vários outros veículos.

Sobre o novo disco da Alanis, Flavors of Entanglement, lançado em junho desse ano, o título da crítica do G1 já é bem ilustrativo: Falta raiva a nova alanis. Já a matéria dedica parte de seus 6 Parágrafos para falar de como a cantora era na época de Jagged Litlle Pill e assim, ignora toda as transformações pela qual a artista passou por esses 13 anos (!!) desde o lançamento do disco. E o mesmo site, dedicou uma matéria sobre o novo filme de Shyamallan, só para falar que provavelmente esse filme não emplacaria como O Sexto Sentido. Ressaltando ainda, que ele não havia conseguido tanta bilheteria com os lançamentos dos filmes que vieram depois de O Sexto Sentido (?!).

Será que os críticos, pessoas teoricamente capazes de entender sobre o assunto que criticam, não percebem que não se trata de uma questão numérica ou comparativa? É claro que é preciso referências para falar de algo, ajuda o entendimento, mas não deve ser um obstáculo para a compreensão do assunto/lançamento em questão.

É claro que a Alanis durante esse tempo lançou discos poucos interessantes como So Called Caos de 2004 e que o Shyamalan fez filmes no mínimo "confusos" como A Dama da Água de 2006. Entretanto, ambos foram além do que seus possíveis rótulos. Alanis mostrou todo seu amadurecimento da compreensão humana em Under Rug Swept e Feast On Scraps, ambos de 2002. E Shyamallan foi em busca de conceitos mais sofisticados do medo, com A Vila, de 2004.

Existem os ONE HIT ONDER, artistas que fazem sucesso com uma música só, não é o caso da alanis ou shyamaln que apesar de não terem números grandes como o dos seus primeiros lançamentos ainda atraem um considerável público e atenções para seus lançamentos. Mas é um caso, também, de injustiça com interessantes artistas, que estão preocupados em ir além de si mesmo e de sua arte.

Confira as matérias publicadas no G1 e tirem suas próprias conlcusões. Para ler, é só clicar em cima da frase:


2 comentários:

Priscila Cunha disse...

Discordo qto ao Shyamalan. Antes, eu concordava: tanto "A Vila" qto "Sinais" eram filmes bons, mas, ofuscados pelo sucesso de "O Sexto Sentido".
Já "A Dama na Água" e "O Fim dos Tempos" são filmes ruins. Não é que se decepcione ao comparar com "O Sexto Sentido". São filmes tão ruins que nem se lembra que foi Shyamalan quem fez.
Ou seja: não é porque esse cara fez uma obra-prima que tudo o que ele fizer depois e que a crítica considerar ruim, foi incompreensão de genialidade. Os gênios tb erram.
Talvez, o próprio Shyamalan se cobre repetir o sucesso de "O Sexto Sentido". Por isso, fica procurando coisas criativas demais, que no final das contas, não tem o menor sentido. Cai no ridículo. Aí, a crítica detona mesmo. Não tem jeito.

Valmique disse...

Pois é Pri, até concordo que os filmes citados são ruins. Mas o problema é, como disse, muitos olharem seus filmes pela "ótica" de Sexto Sentido. Isso que é o problema para mim.

Genios tb erram, claro. E quanto erram, temos que falar mesmo. hehe

Mas devem ser cobrados pelo erro atual e não de forma comparativa quanto eu venho percebendo tanto com Shyamalan quanto com a Alanis.