terça-feira, 27 de novembro de 2007

POESIA - homenagem...




Ilha Branca de Lírios
(Valmique)


Há um lugar,

o qual gosto de visitar

sobretudo, quando tudo está confuso

como em um engarrafamento que parece infinito.

Há um lugar,

o qual gosto do conforto que dá

sobretudo, quando tudo é absurdo

e os pés doem por ficarem tanto tempo de sapato.

Este lugar,

é tímido e pacífico

Um harmonioso equilíbrio

entre beleza e melancolia

que ainda traz temperança em relação a vida.

Mesmo sendo ela, a vida, muitas vezes, ordinária e mesquinha.

Neste lugar,

As coisas vibram

As pessoas se poetizam

E o concreto amacia

E até as cores das folhas das árvores, sob a luz do poste, ganham outra perspectiva.

E isso, é porque eu estou lhe ouvindo

E isso, é só porque eu estou lhe ouvindo

Sim, eu continuo lhe ouvindo

e lhe sentindo

Minha linda ilha branca de lírios


JOGOS MORTAIS 4 – as seqüências sem fim (e sem sentido) do cinema e da música.




Em 2004 James Wan e Leigh Whannell criaram um dos melhores filmes de terror dos últimos tempos: JOGOS MORTAIS. Assim, popularizaram uma nova forma para os filmes de terror/suspense: sem nenhum monstro ou espírito e sim, violência física e psicológica com direito a reviravolta no final e na poltrona de quem assiste. Três anos depois , em outubro de 2007, chegou aos cinemas Jogos Mortais 4, mostrando que ter feito seqüências desse filme, um acerto, foi, indubitavelmente, um erro.


O que era ótimo no primeiro ficou apenas bom no segundo, fraco no terceiro e sem sentido e banalizado no quarto. Mas a queda de qualidade a cada filme não parece ser problemas para os produtores, afinal, o número 5 está previsto para outubro do próximo ano.


Entretanto, é válido mencionar, que as seqüências de Jogos Mortais não tiveram envolvimento dos autores originais, ao menos da mesma forma como no primeiro filme. Seria uma espécie de dignidade dos autores em relação à obra que criaram? De qualquer forma, o que acontece, é que o número 1, foi uma produção independente que deu certo. Traduzindo, foi sucesso de público e/ou crítica, e assim, algum "olheiro" da indústria do cinema viu no filme potenciais de lucro para os estúdios. Desta forma, vendida a idéia do filme ou os direitos autorais sobre a obra, repetiu-se o que aconteceu com os filmes MATRIX, dos irmãos Wachowski, e CUBO, de Vincenzo Natali, e suas fatídicas seqüências, que também não deveriam ter passado do primeiro.


Honestamente, nada contra seqüências ou contra a lógica dos lucros, mas como espectador não posso simplesmente assisti-las sem constatar a baixa qualidade de história, direção e roteiro desses filmes. Ressalto ainda, que fico ofendido ao sair do cinema, quando deveria me sentir feliz, assim como qualquer fã ou admirador, por saber que alguns dos seus filmes preferidos “continuará em cartaz". E é inevitável, que ao assisti-los algumas perguntas surjam em minha mente, como: Será que tudo é movido apenas a dinheiro? Preguiça de sentar a bunda na cadeira e pensar em algo mais interessante? Medo de lançar um novo filme e não ter a mesma repercussão? Gozar com o próprio ego ao saber que há um número significativo de pessoas que assistem seus filmes, mesmo sendo seqüências medíocres de algo que um dia foi interessante?


Talvez os BACKSTREET BOYS, a boy band que um dia já foi sensação, que um dia tinham cinco integrantes e agora tem quatro, que um dia já vendeu milhões de disco, talvez tenham a resposta. Afinal, eles acabaram de lançar um novo disco com o sugestivo título de "Unbreakable". Mas será que eles são surdos por não terem ouvido a o barulho da relevância que um dia já tiveram, se é que tiveram, fez ao "quebrar"? Nada contra bandas que queiram continuar juntos. Mas, humildemente, acho que deveriam ter a dignidade de sair de cena ou dar "um tempo indeterminado" quando seus trabalhos não são mais tão significativos assim. Ou então, vivam eternamente colocando em primeiro plano o passado como fazem os Rolling Stones ou fizeram recentemente as colegas de geração da boy band, as Spice Girls, que lançaram uma nova música medonha, de clipe idem, mas avisaram que o que importa são os shows que farão com os "grandes sucessos" da carreira. Assim, pelo menos não tentam enganar a ninguém nem a si próprios. Espero não ofender tanto os Boys, que já são Men e que ainda continuam"bonitihos", mas vejam o clipe do primeiro single deste disco e me diz se o que vê, já foi melhor, mesmo sabendo, que o que existiu, não era tão bom assim:




Mas talvez, quem realmente tenha a resposta definitiva para essas seqüências sem fim (e sem sentido) do mundo do cinema e da música sejam os organizadores de um reallity show realizado nos últimos meses na MTV dos Estados Unidos que teve o objetivo de fazer uma versão 2000 dos Menudos. Quem? Calma, se você for mais novo do que eu, talvez não saiba mesmo de quem estou falando. O Menudo foi uma boy band latina, que tinha Ricky Martin entre os membros, que fez muito sucesso nos Estados Unidos e América Latina durante as décadas de 70 e 80. O "Making Menudo", o tal programa que é original até no título, anunciou a nova formação do grupo no último dia 20 de novembro. Os "eleitos" gravarão um cd e farão turnê. Mas me explica: por que reviver um grupo, que tentou ser revivido nos anos 90 e não deu certo, em um cenário musical onde nem os Backstreet Boys estão indo bem?! Veja abaixo, se conseguir, o novo Menudo e verá que não tem muito o que esperar....




Bem, parece ser perguntas demais para um assunto que parece ter uma resposta bem $imples. Ou talvez, seja eu ou você que saibamos a resposta: afinal, provavelmente irei assistir Jogos Mortais 5 em 2008, mas desta vez, esperarei sair em DVD. Afinal, é humano ter esperanças. Ou será que nesse caso, seria burrice?


OS NOVOS DISCOS DE BRITNEY E PJ HARVEY - frio como o fogo e quente como o gelo.




Os novos discos de BRTINEY SPEARS e PJ HARVEY, respectivamente Blackout e White Chalk, tiveram certa dificuldade de chegar aos mercados brasileiros. E isso foi, definitivamente, um dos motivos que me fez reunir a resenha dos dois discos em um só texto. O novo da PJ, lançado em setembro, só agora começa a ser achado mais facilmente nas lojas brasileiras. E o novo de Britney, lançado em 30 de outubro, também teve certa dificuldade de ser achado nas lojas na semana de seu lançamento, tanto que, também, só agora ele é encontrado mais facilmente nas prateleiras brasileiras. Essa logística envolvendo o acesso aos trabalhos de artistas tão diferentes e que habitam universos distintos da música é apenas um dos pontos possíveis de fazer um paralelo entre ambos e que justifica colocá-los em um mesmo texto. Mas vamos há outros:


Os novos discos de Britney e PJ são, neste paralelo, algo como a dama e o vagabundo ou a bela e a fera, mas de forma alguma pejorativa, para nenhuma delas. Garanto. Simplesmente porque cada uma, a seu modo, conseguiu ser muito bem sucedida nestes novos trabalhos.


White Chalk remete a uma casa abandonada e assombrada por almas que talvez não tenham deixado esse mundo pela dor que o amor, de diferentes formas, lhes fizeram sofrer. Blackout é como um exorcismo dance-eletrônico de uma vida possuída por excessos de uma popstar. Assustador? Ouça respectivamente "The piano" e "Freakshow" para entender estas tenebroas analogias iniciais. Mas relaxe, analogias a parte, Britney e PJ Harvey ousam e impressionam, positivamente, nestes trabalhos:


PJ Harvey ousa ao trocar as guitarras, seu principal instrumento durante esses mais de quinze anos de carreira, pelo piano. Instrumento que não tinha nenhuma intimidade ou habilidade, tanto que ela aprendeu a tocá-lo exclusivamente para este disco. A ousadia de Britney, foi conseguir transformar sua vida pessoal, sobretudo os problemas existentes nela e noticiados incessantemente pela mídia, em letras de músicas irônicas, debochadas, bem-humoradas e sobretudo dance. Miss Spears impressiona justamente por não ter feito a letra dessas músicas, nem ter ajudado na produção delas - com uma e outra exceção - e mesmo assim, conseguir soar pessoal como se os produtores Danja e a dupla Bloody & Avant não tivessem nada haver com isso ou apenas "desempenharam bem" o papel de produtores. Sendo que o primeiro é queridinho de ninguém mais ninguém menos que Timbaland e o segundo é responsável por nada mais nada menos que a música "Toxic". Já PJ Harvey, impressiona por conseguir com um trabalho tão diferente de sua discografia ainda soar como PJ Harvey, não gerando frustração ou estranhamento em quem acompanha seu trabalho. Simplesmente, admirável.


A capa de White Chlak busca inspiração numa obra de James Abbott McNeill Whistler, chamada The White Girl. O que ilustra bem o disco: um quadro para ser apreciado. Já a capa de Blackout é uma montagem fraca, quase tosca, mas o encarte surpreende, com direito a fotos ousadas em um confessionário com uma jovem popstar-mãe-porra-loca no colo de um padre. O que também não deixa de ilustrar bem o disco: surpreendente. Sobretudo para uma artista que parecia, apesar de ter apenas 25 anos, chegado ao fim de sua carreira.


Curiosamente, as duas tem algo em comum nesses discos: ambos são trabalhos musicais minuciosos. PJ com as notas extraídas do piano e de sua potência vocal. E Britney, leia-se produtores, com os detalhes eletrônicos no vocal e efeitos nas músicas. E felizmente, para os respectivos ouvintes destes trabalhos, é difícil uma música só destacar. Em White Chalk, a faixa título, minha preferida, é inebriante, "Broken Harp" soa como um clamor épico obtido em um mosteiro medieval ecoando pelo tempo e "Silence" é timidamente feliz e angustiante. Em Blackout, "Gimme more" é hipnoticamente sexy, "Piece Of Me" é sarcasticamente dance, "Break The Ice", apesar de lembrar "I'm Slave 4 U", é sem dúvida empolgante e claro, erotizada. Mas é óbvio, como já disse, são artistas diferentes, mas com distintos efeitos positivos:


PJ emociona, Britney contagia. White Chalk é para ouvir sozinho, Blackout com a turma. PJ é lírica e Britney é física. White Chalk é onírico e Blackout é mecânico. White Chalk é como um sussurro aos ouvidos e Blackout é sinônimo de pista de dança cheia. Entretanto, PJ é madrugada a dentro e Britney é noite a fora.


Com White Chalk, PJ Harvey conseguiu fazer um dos melhores discos de 2007 e um dos melhores discos de sua carreira, que merece estar ao lado de To Bring You My Love de 1995 e Stories From the City Stories From the Sea, de 2000. Com Blackout, Britney foi até "mais além" conseguindo fazer o melhor disco de sua carreira, o que não quer dizer que seja uma obra-prima. Mas conseguiu, sem dúvida, revigorar o cenário pop e soar atual assim como Madonna fez em 2005, com Confessions On A Dance Floor e Nelly furtado fez em 2006 com Loose. Mas uma boa frase que poderia definir bem estes discos é uma música que está em Blackout, por justamente permitir múltiplas interpretações no paradoxo de sua proposta: cold as fire baby, hot as ice.


Ouça “Silence”:



Ouça “Piece of me”:



POESIA - rimas de interesses?




A Glória – Número 3 da série “Capitalismo/Sociedade”
(Valmique)


Ascensão decadente


Indecente prudente


Moral conveniente


Hierarquia subserviente


Entre o mente e desmente, a mente:


Conscientemente inconsciente


Mas não descansa sem limpar os dentes


Oh glória!:


Demente.

RADAR GAY – notícias "do babado" do Brasil a China.




Enquanto não acabar a hipocrisia em relação ao homossexualismo, qualquer acontecimento relacionando ao assunto vai gerar polêmica e consequentemente será notícia. Nos últimos dias, entretanto, alguns merecem ser destaque. Por justamente, contribuir em encarar o assunto com a “normalidade” merecida. Por que honestamente, me diga, o que vai interferir em sua vida se seu amigo tem um namorado e não uma namorada?


No BRASIL, aquele seriado adolescente "Malhação" lançou recentemente um concurso para escolher o casal 2008. E eis que os vencedores foram dois meninos. Os conservadores de plantão já se preocuparam com os novos rumos que a novela teen poderia tomar a partir do próximo ano. Mas o diretor responsável já "tranqüilizou" os moralistas e hipócritas de plantão dizendo que não haverá uma história de amor gay na novela, e que foram escolhidos dois atores pelo talento que ambos têm. Uma pena, porque quem sabe assim esse "seriado adolescente sem fim" se tornaria mais relevante....


Em contrapartida, quando o publicitário Luciano Lupo, 27 anos, recebeu o título de gay mais bonito do BRASIL, em outubro no Mister Gay 2007, seu perfil foi o mais visitado no site do Big Brother Brasil 2008, programa da mesma emissora de Malhação. O publicitário se inscreveu para a nova edição do BBB e quando virou notícia com o título recebido, não deu outra: seu perfil foi um dos mais acessados para futuros candidatos a participar do reallity show... aguardemos, e quem sabe um novo Jean Willys esteja a caminho...


Mas o fator gay não é só notícia no Brasil. Pelo contrário. Afinal o "mal estar" em uma pessoa desejar uma pessoa do mesmo sexo em suas relações também gera notícia e polêmica em outros cantos do mundo. Em Cantão, Sul da CHINA, uma senhora de 60 anos criou um blog para defender seu filho homossexual. Wu Youjain se tornou a primeira mãe a defender seu filho através da criação de um blog, onde ao contar sua experiência espera que num país onde os gays ainda sofram discriminação - alguém aí pensou no BRASIL ou qualquer outro país do mundo? - outros pais de homossexuais aceitem a condição de seus filhos. O filho dela foi o primeiro a "sair do armário" na província de Cantão, quando aos 18 anos disse que gostava de rapazes. Provavelmente ele era o único do local, não? hum!


Outra irreverente forma de combate ao preconceito aos homossexuais surgiu na ITÁLIA. Na região da Toscana, uma campanha publicitária - patrocinada pelo Ministério de Igualdade de Oportunidades, e que recebeu o apoio de associações de homossexuais e parte da esquerda e foi divulgada em outdoors e postais da região - traz uma foto de um recém-nascido com uma pulseira de identificação onde, em lugar do nome, está escrito "homossexual". Um dos responsáveis explicou que a campanha ressalta que o homossexualismo "não é um vício e, por isso, não deve ser condenado, marginalizado ou pior ainda, perseguido". É claro, que houve polêmica e gerou protestos no país em que se localiza o Vaticano... Per Dio! Onde vamos parar deste jeito? Você que está lendo esse texto, por favor, reflita... que diferença faz se o seu amigo, irmão, filho ou conhecido tem namorado ao invés de namorada ou o contrário? Ele ou ela vai deixar de ser a pessoa que é para você por ser gay ou não? Af!


Bem, se meus argumentos e exemplos globais não adiantam muita coisa convido então, para que você assista ao filme BUBLLE, do diretor e roteirista Eytan Fox, que mostra a história de três amigos que moram juntos em TEL-AVIV e tem suas vidas alteradas quando um deles, israelita, se apaixona por um um palestino. Sensível, político, bem-humorado e eficiente na medida certa. O filme mostrará para você que o preconceito aos gays é tão estúpido e desnecessário quanto a guerra entre ISRAEL e a PALESTINA. Bubble é sem dúvida um dos melhores filmes de 2007 e um dos melhores filmes que você assistirá na sua vida. Dúvida? Então vá ao cinema mais próximo e assista. Se você mora em BELO HORIZONTE, ele está em cartaz no Usina Unibanco de Cinema, localizado na rua aimorés, 2.424, bairro Santo Agostinho.
Para fechar este giro mundial cor-de-rosa , assista este vídeo de Madonna na sua Confessions Tour de 2006, cantando a música “Forbidden Love” no show gravado em LONDRES. Por quê? Primeiro, porque falar de gay e não mencionar Madonna é quase um disparate. Segundo, porque vale a pena mesmo. Confira, assista e reflita:

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

POESIA - Realmente desejável?




O Desejo – Número 2 da série “Capitalismo/Sociedade”
(Valmique)


Na insatisfação frenética

Não quero ser ultrapassado

Pelo último modelo lançado no mercado.

Assim, de forma quase infantil, desejo:

Isso,

Aquilo

e mais.

Depois,

não mais isso

nem aquilo.

Mas,

isso, aquilo e mais

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

POESIA – feita com sono?


O sono sagrado de cada dia
(Valmique)

Tudo é tão pouco

Mas o pouco já é muito

Muito o suficiente

para que eu perca o sono



ANOS 90 - Onze bons motivos para você saber que a música dessa década valeu a pena



Na excursão que fui ao Tim Festival (Saiba mais sobre o evento algumas postagens abaixo), conheci um rapaz que conversa vai, conversa vem me disse que os anos 90 não teve nada de bom na música, praticamente uma década "perdida". Bem, essa não é a primeira vez que ouvi algo do tipo e o que DESCORDO TOTALMENTE. E olha, que não estou falando isso, por ter sido a década em que acompanhamos o amadurecimento de Madonna (de Erotica a Ray Of Light), ou vimos a consagração do U2, sobretudo com a turnê PopMart. Para os que compartilham da visão sobre "a lamentável década de 90 para a música" segue 11 bons motivos, em ordem alfabética, para você mudar de opinião. Não dez motivos, mas onze, para numericamente mostrar que não há o que duvidar:

1 - ALANIS MORISSETTE

A cantora e compositora canadense revigorou o rock em 1995, com seu disco de estréia Jagged Litlle Pill. Neste trabalho, que quebrou recordes de venda em todo o mundo, ela mostrou honestidade nas canções e espontaneidade nas performances ao vivo de uma forma direta, algo que andava em falta no mundo da música. Em 98, ela voltou com Supposed Former Infatuation Junkie, disco em que mostrou novas perspectivas ao pop, com canções sem refrão e com diferentes estruturas musicais. Desde então, Alanis se tornou referência para o pop/rock feminino.


http://www.youtube.com/watch?v=8v9yUVgrmPY

2 - BECK

O verdadeiro camaleão dos anos 90. Está com Bjork na categoria de artistas mais originais. Afinal, é difícil olhar para trás e ver algo parecido com o que eles fazem. Mudou de estilo em cada disco, chegando a flertar com a bossa nova em Mutations de 98. Sem dúvida, um dos melhores discos da década passada é o seu Odelay, de 96.

http://www.youtube.com/watch?v=uCGYcqtPiuA

3 - BJORK

Esta islandesa chega a chocar por sua ousadia e criatividade. Alguns acham sua arte estranha e até "fria" quando na verdade é original e diferente do usual. Seu primeiro disco, de 93, chama Debut e o nome não poderia ser mais apropriado. Afinal, uma nova diretriz no pop e na música em geral surgiu a partir daí.

http://www.youtube.com/watch?v=EOepheinkCM

4 - JEWEL

Sua música nesta década foi feita, praticamente, só com sua voz e violão. Em alguns momentos chegava a parecer uma Bob Dylan de saias. Sua arte foi discreta e simples mas longe de ser insignificante. Pelo contrário: era lírica e emotiva. Pieces Of You , de 95, Spirit, de 98, e sua performance no festival Woodstock de 99 confirmam isso.

http://www.youtube.com/watch?v=v4T3-FjdVi4

5 - MARISA MONTE

Não poderia deixar de citar algum artista nacional e esta cantora, compositora e produtora carioca talvez seja a que tenho maior propriedade para falar a respeito. Apesar de seu primeiro disco ter saído em 89, foi nos anos 90 que ela se firmou como artista e entrou para o alto escalão da MPB. Ao longo dos anos, esta grande intérprete e de grande voz, soube mesclar canções com elementos tipicamente brasileiros e romantismo.

http://www.youtube.com/watch?v=VIfMPxfwKhw

6 - MOBY

Na década de 90 a música eletrônica foi um dos principais destaques. Artistas como Chemical Brothers e Prodigy trouxeram novas perspectivas para esse segmento musical, que foi a trilha sonora dos clubberes e das raves. E quando tudo já parecia ter sido feito sobre esse tipo de música eis que em 99, Moby aparece com Play. Neste disco, o artista que ao longo da década fez trabalhos alternativos de eletro-rock conseguiu dentre outras coisas, juntar a emoção do blues com a batida eletrônica.

http://www.youtube.com/watch?v=fqLvbpcsPj4

7 - NIRVANA

Goste do grunge ou não. Goste do Nirvana ou não. Mas o grunge, que tem o Nirvana como principal representante, foi um movimento musical original dos anos 90, tanto em vestuário quanto em musicalidade. E foi desse "movimento", que surgiu mais um ícone da história da música: Kurt Cobain. Mas se você não gosta de Nirvana, tem o Pearl Jam, se não gosta do Pearl Jam, tem o Alice In Chains. E pra que discutir, quando sabemos, goste ou não, que o disco Nevermind, de 91, é um clássico.

http://www.youtube.com/watch?v=kPQR-OsH0RQ

8 - OASIS

Os irmãos Gallagher podem fazer pose de antipáticos e talvez até sejam. O melhor que produziram com certeza está nesta década e não estou falando só de “Wonderwall”. Bem, se eles chegaram a ser comparados com os Beatles, ao menos por eles mesmos, já merecem estar aqui pela ousadia.

http://www.youtube.com/watch?v=hb0WamFJ2pg

9 - PJ HARVEY

Esta inglesa faz um rock visceral e poético desde seu primeiro trabalho , Dry, de 92. A cada disco lançado ela se mostrava cada vez mais primorosa e competente. Em 95, pareceu atingir o ápice com o disco To Bring You My Love. Mas como pudemos perceber, felizmente, esse foi mais um de vários excelentes trabalhos.

http://www.youtube.com/watch?v=me8aQA0VlI8

10 - PLACEBO

Uma mistura de glam rock, androginia, anos 80, melancolia e irreverência. A Banda liderada por Brian Molko, fez um excelente trabalho que acabou tendo o aval até de David Bowie. Seu disco de 98, Withou You I'm Nothing, é original e diferente de tudo feito até então. Seus videoclipes também são dignos de recomendação.

http://www.youtube.com/watch?v=jQQmAP9Poo4

11 - RADIOHEAD

Bjork está para o pop assim com o Radiohead está para rock. Esta máxima definitivamente não é exagero. Desde seu primeiro disco, Pablo Honey de 93, que o Radiohead mostrou ser muito mais do que uma sensação do britpop. Para os que tinham dúvidas, em 97 lançaram um dos melhores discos de todos os tempos: Ok Computer.

http://www.youtube.com/watch?v=9Ay699qcSb4

Gostou? Está faltando alguém? Smashing Punkins? Chico Scince? Red Hot Chilli Peppers? Racionais MC's? Metalica? Chemical Brothers? The Cartdigans? Está vendo, há muito mais do que 11 motivos que fazem a década de 90 ter valido a pena para a música.

POESIA - inspirada no real capital?



O Poder – Número 1 da série “Capitalismo/Sociedade”

(Valmique)

Ilusória sensação de vitória

Onde Ter é o pseudo sentido existencial

Competição desnecessária

Em incessantes disputas canibal

Egoísmo oportunista ou Oportunismo egoísta?

Tanto faz,

São "ismos" demais

para um só mundo:

capitalismo

TIM FESTIVAL 2007! - claro, não foi em Belo Horizonte



Talvez você que acompanha o PARENTZS não saiba, mas sou de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Uma cidade bacana, não muito grande, mas uma das capitais brasileiras com um dos melhores índices de qualidade de vida - apesar de alguns contestarem isso. Bem, localização feita vamos ao que interessa:

No último fim de semana de outubro, eu fui para São Paulo, capital. Não porque eu sinta falta de garoa, apesar de BH ultimamente parecer implorar por uma, mas por eu ser, relativamente, um bom apreciador de música. Assim, eu TIVE QUE IR para São Paulo porque mais precisamente no dia 28 de outubro, aconteceu mais uma edição do TIM Festival: aquele festival bacana que todo ano trás alguns artistas idem para nossa terrinha tupiniquim. Na noite deste dia foi a vez de Bjork, Juliette and The Licks, Artic Monkeys, The Killers, dentre outros.

E por que eu fui para São Paulo? Ora, porque shows desse tipo não vêm para Belo Horizonte. Há uns dois ou três anos até teve uma edição do Festival em BH, mas parece que "não d'eu ibope". Penso: será que foi pelo fato do artista principal daquela vez ter sido Elvis Costello? Bem, o que se pode afirmar com certeza é que BH anda carente de bons shows internacionais. Se em outubro, por exemplo, São Paulo, Rio e Curitiba tiveram os artistas citados, além de outros bacanas como Anthony And The Jonshons e Cat Power, nós mineirinhos, tivemos Akon e o último show de Sandy & Júnior (uhu!).

Infelizmente, não fui em nenhum dos que tiveram em BH. Mas fiquei sabendo que no do Akon, aquele cantor de voz esganiçada que teve alguns hits nas rádios mundiais em 2007, não foi muito bom e Belo Horizonte ainda ficou "queimada" pra ele, já que ele pulou no meio do público e teve seu celular roubado. Mas me pergunto, o por que de alguém fazer o show com o celular no bolso? Talvez isso explique o show ter sido curto. Só sei, que quem tiver com o telefone móvel dele, por favor, ligue para a Madonna ou Gwen Stefani e fale com elas para incluírem BH na próxima turnê, ok? Quanto ao show dos irmãos "maria chiquinha"... bem, vamos ao Tim Festival:

Antes dos artistas principais da noite do dia 28 de outubro, teve a apresentação de Spunk Rock e Hot Chip. Na primeira banda não prestei muita atenção e o que ouvi não gostei: era algo como os batuques do Olodum com vocal em inglês. Já a segunda, me surpreendi com um bom eletro-rock, com referências a New Order. Com certeza, saí de lá ao menos com um dever de casa: ouvir algo mais do Hot Chip. Já os shows principais....

BJORK - Ela foi a razão principal para eu ter embarcado em uma excursão onde não conhecia ninguém rumo a São Paulo. O show dela teve atraso, por causa da montagem de seu palco/cenário, o que não me incomodou em nada, mas com certeza deixou os fãs das outras bandas chateados. Afinal, eles entraram no palco com apenas três horas de atraso. Mas como disse, ver a islandesa ao vivo compensaria tudo. E felizmente, não me enganei.

Bjork entrou no palco com um figurino característico de seu vestuário. Ou seja, algo exótico. A tal ponto que uma menina que estava ao meu lado disse "nossa, ela está parecendo nossa senhora aparecida" (?!) - País católico tem dessas coisas... O figurino de Bjork, que já na segunda música era outro, uma espécie de vestido meio sanfonado e colorido, a primeira vista parecia algo apenas exótico mesmo, mas com o passar do show você percebe que até este figurino contribui para sua apresentação. Como quando ela ia fazer reverência ao público no final das músicas, num gesto de agradecimento, a pose que fazia, mostrava seu vestido com um grande leque colorido.

A primeira música foi "Earth Interludes", single de seu último disco Volta, lançado em maio deste ano, que colocou todos para dançar em meio a gritos de euforia de fãs - como eu - que não acreditavam que a islandesa mais famosa do mundo estava a poucos metros de distância. Outras canções de Volta, como "Innocence" e "Declare Independance" - esta última fechou o show de forma catártica, com direito a papel picado, raio laser e Bjork mostrando uma veia rock'n'roll (resquícios do Sugarcubes?) - foram alguns dos pontos altos do show, que foi marcado por muitos momentos para dançar.

"Jóga" e "Anchor Song" foram as músicas que proporcionaram os momentos mais lindos, poéticos e emocionantes do show. Talvez, porque realçaram a voz da cantora em uma das interpretações mais belas da noite. Que me deixaram olhar para o céu e me perguntar "how beautiful to be?". Anchor, ainda teve o acompanhamento, mais ressaltado, de uma banda de sopro formada só por mulheres, que Bjork trouxe da islândia. Em alguns momentos, Bjork parecia uma criança se divertindo no quarto com os seus brinquedos preferidos e nós, o público, olhando isso pela janela: um privilégio, sem dúvida.

Entretanto, confesso que o show de Bjork não é para esse tipo de festival, ao menos à proporção que o TIM Festival tem tomado: público grande e locais abertos. Mas de qualquer forma foi Bjork, que tem uma das mais belas vozes e criatividade do mundo da música, ao vivo.

JULIETTE AND THE LICKS foi a próxima atração, depois de um intervalo merecido. A cantora, que tem em seu passado uma admirável carreira de atriz, fez uma das apresentações mais performáticas da noite. Por que será? Bem, o que importa é que ela, acompanhada de uma clássica formação de banda de rock - bateria, baixo e guitarra - desempenharam muito bem e de forma sensual a razão de estarem ali. A frontwoman conseguiu com canções básicas de rock, e nem por isso ruins, como "sticky honey", fazer a platéia balançar. Inclusive eu, que não conhecia tão bem o seu repertório. Já os fãs de Juliette foram uns espetáculos a parte: foram com um cocar de índio na cabeça, como o que ela usa na capa de Four On the floor, seu mais recente disco, e não coincidentemente, abriu o show usando um. Até eu queria estar com um desses.

ARTIC MONKEYS desculpe-me: não vi o show de vocês. Sim, eu estava no festival, mas estava acabado quando vocês entraram no palco e ainda tinha o show do Killers... Mas calma, não me ignorem. Antes de ir a São Paulo, ouvi bastante os discos de vocês e fiquei positivamente surpreso e entendi por que todo o frenesi em torno de vocês. Além disso, o clipe de "florescent adolescent" é um dos mais legais lançados nos últimos tempos. Mas não deixem o Brandon Flowers ouvir o que vou dizer, por que ele parece ser bem vaidoso, mas eu achei o disco de vocês até mais interessantes que o de sua banda. Mas então, por que eu assisti ao show deles e não o seu? Bem, como disse, estava cansado e... na boa? Não ia abrir mão de pular e gritar em "Read My Mind" e "When You Were Young".

THE KILLERS subiu ao palco por volta das 4 da manhã. Parece que a parada no show do Artic Monkeys foi estratégica porque eu estava no pique total. Ou será que foi o açaí que eu tomei antes do show? Sim, eu tive que tomar açaí porque água e refrigerante não tinha mais no Festival. Isso mesmo, paguei R$100 reais no ingresso e pagava 3 reais para um copo 500 ml de água para antes do final do festival não ter mais água nem refrigerante. Tinha um resto de cerveja ainda.. mas como não tomo cerveja... Ou seja, só resta dá um grande e sonoro Parabéns aos organizadores. Voltando ao show...

A banda do charmoso Brandon Flowers tocou por volta de uma hora e levou o público ao delírio. Eu não sou fã da banda, mas gosto de algumas músicas e até das inserções de Brandon no piano. Eles me lembram um pouco do Queen e até do U2 e os dois discos da banda são consideravelmente diferentes. Talvez o The Killers esteja na adolescência: ainda não sabem quem são e por isso buscam referências nos ídolos, mas mesmo assim conseguem soar originais ou ao menos revigorantes o suficiente para fazer as 20 mil pessoas que estavam no Anhembi, em São Paulo, pularem e cantarem junto suas canções, como quando emendaram “When You Were Young” e “Somebody Told Me”. Aliás, cantar e pular foi quase ordem ao longo do show do Killers. E para completar, ao menos onde eu estava, não estava tão cheio, não teve confusão e estava até um clima fraterno onde todos pulavam e cantavam juntos. E olha que eu não estava na área VIP. Sim, o TIM Festival desse ano inventou essa palhaçada.... O Show do Killers foi bacana e fechou a noite, ou melhor, o dia, afinal era por volta de 5h quando eles saíram do palco. Os norte-americanos com certeza fizeram todos irem embora satisfeitos e felizes de terem participado de uma das melhores noites de música deste ano.

Mas se você mora em BH e tem esperanças de que algo bom aconteça em alguma casa de show da cidade. Adianto, que é bom você procurar uma agência de viagem mais próxima. Ao menos neste mês de novembro. A não ser que você seja fã de JOJO. "Quem?" Eu respondo: Uma garota de 15 anos que canta "Too Little Too late". Não adiantou muito né? Bem, ela vem para um dos principais festivais de BH em novembro. O mesmo festival que no ano passado trouxe Black Eye Peas e New Order. Uma edição exceção na história do Festival, que frustrou todos os mineiros que esperavam algo do tipo em 2007. Bem, em São Paulo e Curitiba, vai ter Chemical Brothers, Lily Allen, Cansei de Ser Sexy dentre outros. Bem, se continuar assim, talvez eu não more mais aqui.

Mas até que BH às vezes surpreende. Afinal já tocaram aqui na cidade Moby e The Cardigans, dois showzaços. Sobretudo o do careca, mas confesso que ambos estavam relativamente vazios. Talvez seja por isso que não tenha tanto shows gringos na cidade. Talvez, afinal, também já vieram “para cá” Norah Jones e Fat Boy Slim, shows em que o público simplesmente compareceu em peso. Lotando os locais onde foram realizados. Talvez, o que falte, seja os organizadores e produtores locais trazerem mais opções ao público “musical” da cidade.