terça-feira, 27 de novembro de 2007
POESIA - homenagem...
JOGOS MORTAIS 4 – as seqüências sem fim (e sem sentido) do cinema e da música.
OS NOVOS DISCOS DE BRITNEY E PJ HARVEY - frio como o fogo e quente como o gelo.
POESIA - rimas de interesses?
RADAR GAY – notícias "do babado" do Brasil a China.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
POESIA - Realmente desejável?
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
POESIA – feita com sono?
ANOS 90 - Onze bons motivos para você saber que a música dessa década valeu a pena
Na excursão que fui ao Tim Festival (Saiba mais sobre o evento algumas postagens abaixo), conheci um rapaz que conversa vai, conversa vem me disse que os anos 90 não teve nada de bom na música, praticamente uma década "perdida". Bem, essa não é a primeira vez que ouvi algo do tipo e o que DESCORDO TOTALMENTE. E olha, que não estou falando isso, por ter sido a década em que acompanhamos o amadurecimento de Madonna (de Erotica a Ray Of Light), ou vimos a consagração do U2, sobretudo com a turnê PopMart. Para os que compartilham da visão sobre "a lamentável década de 90 para a música" segue 11 bons motivos, em ordem alfabética, para você mudar de opinião. Não dez motivos, mas onze, para numericamente mostrar que não há o que duvidar:
1 - ALANIS MORISSETTE
A cantora e compositora canadense revigorou o rock em 1995, com seu disco de estréia Jagged Litlle Pill. Neste trabalho, que quebrou recordes de venda em todo o mundo, ela mostrou honestidade nas canções e espontaneidade nas performances ao vivo de uma forma direta, algo que andava em falta no mundo da música. Em 98, ela voltou com Supposed Former Infatuation Junkie, disco em que mostrou novas perspectivas ao pop, com canções sem refrão e com diferentes estruturas musicais. Desde então, Alanis se tornou referência para o pop/rock feminino.
http://www.youtube.com/watch?v=8v9yUVgrmPY
2 - BECK
O verdadeiro camaleão dos anos 90. Está com Bjork na categoria de artistas mais originais. Afinal, é difícil olhar para trás e ver algo parecido com o que eles fazem. Mudou de estilo em cada disco, chegando a flertar com a bossa nova em Mutations de 98. Sem dúvida, um dos melhores discos da década passada é o seu Odelay, de 96.
http://www.youtube.com/watch?v=uCGYcqtPiuA
3 - BJORK
Esta islandesa chega a chocar por sua ousadia e criatividade. Alguns acham sua arte estranha e até "fria" quando na verdade é original e diferente do usual. Seu primeiro disco, de 93, chama Debut e o nome não poderia ser mais apropriado. Afinal, uma nova diretriz no pop e na música em geral surgiu a partir daí.
http://www.youtube.com/watch?v=EOepheinkCM
4 - JEWEL
Sua música nesta década foi feita, praticamente, só com sua voz e violão. Em alguns momentos chegava a parecer uma Bob Dylan de saias. Sua arte foi discreta e simples mas longe de ser insignificante. Pelo contrário: era lírica e emotiva. Pieces Of You , de 95, Spirit, de 98, e sua performance no festival Woodstock de 99 confirmam isso.
http://www.youtube.com/watch?v=v4T3-FjdVi4
5 - MARISA MONTE
Não poderia deixar de citar algum artista nacional e esta cantora, compositora e produtora carioca talvez seja a que tenho maior propriedade para falar a respeito. Apesar de seu primeiro disco ter saído em 89, foi nos anos 90 que ela se firmou como artista e entrou para o alto escalão da MPB. Ao longo dos anos, esta grande intérprete e de grande voz, soube mesclar canções com elementos tipicamente brasileiros e romantismo.
http://www.youtube.com/watch?v=VIfMPxfwKhw
6 - MOBY
Na década de 90 a música eletrônica foi um dos principais destaques. Artistas como Chemical Brothers e Prodigy trouxeram novas perspectivas para esse segmento musical, que foi a trilha sonora dos clubberes e das raves. E quando tudo já parecia ter sido feito sobre esse tipo de música eis que em 99, Moby aparece com Play. Neste disco, o artista que ao longo da década fez trabalhos alternativos de eletro-rock conseguiu dentre outras coisas, juntar a emoção do blues com a batida eletrônica.
http://www.youtube.com/watch?v=fqLvbpcsPj4
7 - NIRVANA
Goste do grunge ou não. Goste do Nirvana ou não. Mas o grunge, que tem o Nirvana como principal representante, foi um movimento musical original dos anos 90, tanto em vestuário quanto em musicalidade. E foi desse "movimento", que surgiu mais um ícone da história da música: Kurt Cobain. Mas se você não gosta de Nirvana, tem o Pearl Jam, se não gosta do Pearl Jam, tem o Alice In Chains. E pra que discutir, quando sabemos, goste ou não, que o disco Nevermind, de 91, é um clássico.
http://www.youtube.com/watch?v=kPQR-OsH0RQ
8 - OASIS
Os irmãos Gallagher podem fazer pose de antipáticos e talvez até sejam. O melhor que produziram com certeza está nesta década e não estou falando só de “Wonderwall”. Bem, se eles chegaram a ser comparados com os Beatles, ao menos por eles mesmos, já merecem estar aqui pela ousadia.
http://www.youtube.com/watch?v=hb0WamFJ2pg
9 - PJ HARVEY
Esta inglesa faz um rock visceral e poético desde seu primeiro trabalho , Dry, de 92. A cada disco lançado ela se mostrava cada vez mais primorosa e competente. Em 95, pareceu atingir o ápice com o disco To Bring You My Love. Mas como pudemos perceber, felizmente, esse foi mais um de vários excelentes trabalhos.
http://www.youtube.com/watch?v=me8aQA0VlI8
10 - PLACEBO
Uma mistura de glam rock, androginia, anos 80, melancolia e irreverência. A Banda liderada por Brian Molko, fez um excelente trabalho que acabou tendo o aval até de David Bowie. Seu disco de 98, Withou You I'm Nothing, é original e diferente de tudo feito até então. Seus videoclipes também são dignos de recomendação.
http://www.youtube.com/watch?v=jQQmAP9Poo4
11 - RADIOHEAD
Bjork está para o pop assim com o Radiohead está para rock. Esta máxima definitivamente não é exagero. Desde seu primeiro disco, Pablo Honey de 93, que o Radiohead mostrou ser muito mais do que uma sensação do britpop. Para os que tinham dúvidas, em 97 lançaram um dos melhores discos de todos os tempos: Ok Computer.
http://www.youtube.com/watch?v=9Ay699qcSb4
Gostou? Está faltando alguém? Smashing Punkins? Chico Scince? Red Hot Chilli Peppers? Racionais MC's? Metalica? Chemical Brothers? The Cartdigans? Está vendo, há muito mais do que 11 motivos que fazem a década de 90 ter valido a pena para a música.
POESIA - inspirada no real capital?
TIM FESTIVAL 2007! - claro, não foi em Belo Horizonte
Talvez você que acompanha o PARENTZS não saiba, mas sou de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Uma cidade bacana, não muito grande, mas uma das capitais brasileiras com um dos melhores índices de qualidade de vida - apesar de alguns contestarem isso. Bem, localização feita vamos ao que interessa:
No último fim de semana de outubro, eu fui para São Paulo, capital. Não porque eu sinta falta de garoa, apesar de BH ultimamente parecer implorar por uma, mas por eu ser, relativamente, um bom apreciador de música. Assim, eu TIVE QUE IR para São Paulo porque mais precisamente no dia 28 de outubro, aconteceu mais uma edição do TIM Festival: aquele festival bacana que todo ano trás alguns artistas idem para nossa terrinha tupiniquim. Na noite deste dia foi a vez de Bjork, Juliette and The Licks, Artic Monkeys, The Killers, dentre outros.
E por que eu fui para São Paulo? Ora, porque shows desse tipo não vêm para Belo Horizonte. Há uns dois ou três anos até teve uma edição do Festival em BH, mas parece que "não d'eu ibope". Penso: será que foi pelo fato do artista principal daquela vez ter sido Elvis Costello? Bem, o que se pode afirmar com certeza é que BH anda carente de bons shows internacionais. Se em outubro, por exemplo, São Paulo, Rio e Curitiba tiveram os artistas citados, além de outros bacanas como Anthony And The Jonshons e Cat Power, nós mineirinhos, tivemos Akon e o último show de Sandy & Júnior (uhu!).
Infelizmente, não fui em nenhum dos que tiveram em BH. Mas fiquei sabendo que no do Akon, aquele cantor de voz esganiçada que teve alguns hits nas rádios mundiais em 2007, não foi muito bom e Belo Horizonte ainda ficou "queimada" pra ele, já que ele pulou no meio do público e teve seu celular roubado. Mas me pergunto, o por que de alguém fazer o show com o celular no bolso? Talvez isso explique o show ter sido curto. Só sei, que quem tiver com o telefone móvel dele, por favor, ligue para a Madonna ou Gwen Stefani e fale com elas para incluírem BH na próxima turnê, ok? Quanto ao show dos irmãos "maria chiquinha"... bem, vamos ao Tim Festival:
Antes dos artistas principais da noite do dia 28 de outubro, teve a apresentação de Spunk Rock e Hot Chip. Na primeira banda não prestei muita atenção e o que ouvi não gostei: era algo como os batuques do Olodum com vocal em inglês. Já a segunda, me surpreendi com um bom eletro-rock, com referências a New Order. Com certeza, saí de lá ao menos com um dever de casa: ouvir algo mais do Hot Chip. Já os shows principais....
BJORK - Ela foi a razão principal para eu ter embarcado em uma excursão onde não conhecia ninguém rumo a São Paulo. O show dela teve atraso, por causa da montagem de seu palco/cenário, o que não me incomodou em nada, mas com certeza deixou os fãs das outras bandas chateados. Afinal, eles entraram no palco com apenas três horas de atraso. Mas como disse, ver a islandesa ao vivo compensaria tudo. E felizmente, não me enganei.
Bjork entrou no palco com um figurino característico de seu vestuário. Ou seja, algo exótico. A tal ponto que uma menina que estava ao meu lado disse "nossa, ela está parecendo nossa senhora aparecida" (?!) - País católico tem dessas coisas... O figurino de Bjork, que já na segunda música era outro, uma espécie de vestido meio sanfonado e colorido, a primeira vista parecia algo apenas exótico mesmo, mas com o passar do show você percebe que até este figurino contribui para sua apresentação. Como quando ela ia fazer reverência ao público no final das músicas, num gesto de agradecimento, a pose que fazia, mostrava seu vestido com um grande leque colorido.
A primeira música foi "Earth Interludes", single de seu último disco Volta, lançado em maio deste ano, que colocou todos para dançar em meio a gritos de euforia de fãs - como eu - que não acreditavam que a islandesa mais famosa do mundo estava a poucos metros de distância. Outras canções de Volta, como "Innocence" e "Declare Independance" - esta última fechou o show de forma catártica, com direito a papel picado, raio laser e Bjork mostrando uma veia rock'n'roll (resquícios do Sugarcubes?) - foram alguns dos pontos altos do show, que foi marcado por muitos momentos para dançar.
"Jóga" e "Anchor Song" foram as músicas que proporcionaram os momentos mais lindos, poéticos e emocionantes do show. Talvez, porque realçaram a voz da cantora em uma das interpretações mais belas da noite. Que me deixaram olhar para o céu e me perguntar "how beautiful to be?". Anchor, ainda teve o acompanhamento, mais ressaltado, de uma banda de sopro formada só por mulheres, que Bjork trouxe da islândia. Em alguns momentos, Bjork parecia uma criança se divertindo no quarto com os seus brinquedos preferidos e nós, o público, olhando isso pela janela: um privilégio, sem dúvida.
Entretanto, confesso que o show de Bjork não é para esse tipo de festival, ao menos à proporção que o TIM Festival tem tomado: público grande e locais abertos. Mas de qualquer forma foi Bjork, que tem uma das mais belas vozes e criatividade do mundo da música, ao vivo.
JULIETTE AND THE LICKS foi a próxima atração, depois de um intervalo merecido. A cantora, que tem em seu passado uma admirável carreira de atriz, fez uma das apresentações mais performáticas da noite. Por que será? Bem, o que importa é que ela, acompanhada de uma clássica formação de banda de rock - bateria, baixo e guitarra - desempenharam muito bem e de forma sensual a razão de estarem ali. A frontwoman conseguiu com canções básicas de rock, e nem por isso ruins, como "sticky honey", fazer a platéia balançar. Inclusive eu, que não conhecia tão bem o seu repertório. Já os fãs de Juliette foram uns espetáculos a parte: foram com um cocar de índio na cabeça, como o que ela usa na capa de Four On the floor, seu mais recente disco, e não coincidentemente, abriu o show usando um. Até eu queria estar com um desses.
ARTIC MONKEYS desculpe-me: não vi o show de vocês. Sim, eu estava no festival, mas estava acabado quando vocês entraram no palco e ainda tinha o show do Killers... Mas calma, não me ignorem. Antes de ir a São Paulo, ouvi bastante os discos de vocês e fiquei positivamente surpreso e entendi por que todo o frenesi em torno de vocês. Além disso, o clipe de "florescent adolescent" é um dos mais legais lançados nos últimos tempos. Mas não deixem o Brandon Flowers ouvir o que vou dizer, por que ele parece ser bem vaidoso, mas eu achei o disco de vocês até mais interessantes que o de sua banda. Mas então, por que eu assisti ao show deles e não o seu? Bem, como disse, estava cansado e... na boa? Não ia abrir mão de pular e gritar em "Read My Mind" e "When You Were Young".
THE KILLERS subiu ao palco por volta das 4 da manhã. Parece que a parada no show do Artic Monkeys foi estratégica porque eu estava no pique total. Ou será que foi o açaí que eu tomei antes do show? Sim, eu tive que tomar açaí porque água e refrigerante não tinha mais no Festival. Isso mesmo, paguei R$100 reais no ingresso e pagava 3 reais para um copo 500 ml de água para antes do final do festival não ter mais água nem refrigerante. Tinha um resto de cerveja ainda.. mas como não tomo cerveja... Ou seja, só resta dá um grande e sonoro Parabéns aos organizadores. Voltando ao show...
A banda do charmoso Brandon Flowers tocou por volta de uma hora e levou o público ao delírio. Eu não sou fã da banda, mas gosto de algumas músicas e até das inserções de Brandon no piano. Eles me lembram um pouco do Queen e até do U2 e os dois discos da banda são consideravelmente diferentes. Talvez o The Killers esteja na adolescência: ainda não sabem quem são e por isso buscam referências nos ídolos, mas mesmo assim conseguem soar originais ou ao menos revigorantes o suficiente para fazer as 20 mil pessoas que estavam no Anhembi, em São Paulo, pularem e cantarem junto suas canções, como quando emendaram “When You Were Young” e “Somebody Told Me”. Aliás, cantar e pular foi quase ordem ao longo do show do Killers. E para completar, ao menos onde eu estava, não estava tão cheio, não teve confusão e estava até um clima fraterno onde todos pulavam e cantavam juntos. E olha que eu não estava na área VIP. Sim, o TIM Festival desse ano inventou essa palhaçada.... O Show do Killers foi bacana e fechou a noite, ou melhor, o dia, afinal era por volta de 5h quando eles saíram do palco. Os norte-americanos com certeza fizeram todos irem embora satisfeitos e felizes de terem participado de uma das melhores noites de música deste ano.
Mas se você mora em BH e tem esperanças de que algo bom aconteça em alguma casa de show da cidade. Adianto, que é bom você procurar uma agência de viagem mais próxima. Ao menos neste mês de novembro. A não ser que você seja fã de JOJO. "Quem?" Eu respondo: Uma garota de 15 anos que canta "Too Little Too late". Não adiantou muito né? Bem, ela vem para um dos principais festivais de BH em novembro. O mesmo festival que no ano passado trouxe Black Eye Peas e New Order. Uma edição exceção na história do Festival, que frustrou todos os mineiros que esperavam algo do tipo em 2007. Bem, em São Paulo e Curitiba, vai ter Chemical Brothers, Lily Allen, Cansei de Ser Sexy dentre outros. Bem, se continuar assim, talvez eu não more mais aqui.
Mas até que BH às vezes surpreende. Afinal já tocaram aqui na cidade Moby e The Cardigans, dois showzaços. Sobretudo o do careca, mas confesso que ambos estavam relativamente vazios. Talvez seja por isso que não tenha tanto shows gringos na cidade. Talvez, afinal, também já vieram “para cá” Norah Jones e Fat Boy Slim, shows em que o público simplesmente compareceu em peso. Lotando os locais onde foram realizados. Talvez, o que falte, seja os organizadores e produtores locais trazerem mais opções ao público “musical” da cidade.