segunda-feira, 31 de março de 2008

QUERIDA SÉRIE DE TV - um comentário sobre a minissérie Queridos Amigos



Travestis levados a sério, realidades gays, traição, frustrações, problemas conjugais, vida após a terceira idade e amizade. Já imaginou tudo isso em um programa de tv? De tv aberta? Difícil... certo? Errado. Com a mínisérie QUERIDOS AMIGOS, escrita por Maria Adelaide Amaral, exibida pela Rede Globo nesse início de ano, vimos que a tv pode oferecer um entreetenimento de qualidade.

A série, que relatava a relação de amigos após a época da ditadura brasileira, mostrava diversas complexidades das relações humanas. Sejam elas amorosas, conjugais, sexuais, familiares ou até de amizade. Como disse uma amiga minha a série estava mais para o poema "Quadrilha" de Carlos Drummond de Andrade, que diz: "João amava Teresa que amava Raimundo, que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili, que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J.Pinto Fernandes que não tinha entrado na história."

Mas nem tudo é perfeito, nesta série, que exibiu até um breve beijo gay entre os atores Guilherme Weber (excepcional no papel do homossexual burgês, Beni) e Bruno Garcia, foi exibida em horários irregulares, como são exibidas as minisséries, e em alguns momentos os diálogos eram clichês e as atuações muito caricatas. Mas no geral, QUERIDOS AMIGOS foi um dos melhores programas exibidos em rede abertas nesta década, pela Rede Globo, que tantas vezes peca em tratar alguns dos assuntos de forma tão superficial nas novelas. Na minissérie, foi possível ver tais temas com maior profundidade e por que não, complexidade. E claro, com um elenco de primeira, como Maria Luísa Mendonça, Deborah Bloch, Matheus Nachtergaele dentre outros.

Queridos amigos foi uma querida forma de passar o tempo no final da noite, que vai fazer falta. Mas espero que sirva de exemplo para outros programas e séries que virão e quem sabe, para novelas e programas com horários mais populares. O telespectador agradece.

MICO MTV - Míon tenta fazer rir com piadas antigas



A programação da MTV Brasil oscila entre infantil, adolescente e interessante. A novidade da grade para 2008, e que para mim é o principal destaque, é o programa “15 minutos”, apresentado pelo até então desconhecido Marcelo Adnet. O programa tem exatos 15 minutos de duração, não tem um tema específico a não ser o humor com que o apresentador aborda algum assunto e guia o programa durante sua exibição. Humor esse, que em algum momento lembra Marcos Mión. Mas é original o suficiente para ganhar vida própria na MTV. As imitações e a interação com o colega de cena, Quiabo, rendem boa diversão.


Diversão essa que Marcos Mión parece querer trazer de volta a MTV ao fazer o que ele de melhor já fez na MTV Brasileira: zoar, criticar e parodiar video-clipes, que um dia já foi o principal produto da emissora. Talvez seja essa mudança de foco, mas fato é, que o que Mión faz, ou melhor, voltou a fazer, está desgastado e o pior, sem graça.


É certo que programas como Covernation já estavam cansando e Mucho Macho era Mucho Chato, mas voltar a fórmula antigas não parece ter sido a melhor solução. Talvez quem não acompanhou o egresso de Mión na MTV consiga de alguma forma se divertir. Mas quem já viu, como eu....Nessa, desejo sorte para Mión em um novo programa e continuo assistindo “15 minutos”, pela sua originalidade ou ao menos revigorada no humor da MTV.