domingo, 31 de agosto de 2008

APETITOSO! - faixa-a-faixa do novo disco da alanis


Agora, um faixa-a-faixa de Flavors Of Entenglement para você melhor sentir/entender o Menu Saboroso proposto por Alanis em seu novo disco:

Citizen of the Planet - Logo na primeira música, uma mistura musical característica de Alanis: riffs pesados de guitarra com instrumentos indianos (tabla) e eruditos (violões cellos). Na letra, alanis faz um contraponto entre sua jornada pessoal de vida com a história mundial contemporânea. Um dos pontos altos do disco.

Underneath - A música também lembra algo característico da artista: música pop-rock, com peso nos refrões. A melodia e a letra transmitem paz e compaixão consigo mesmo e com as falhas humanas como um todo, sobretudo no refrão. Algo que já vimos em hits antigos da cantora como Thank U e Everything. Mas Underneath se mostra mais energética, e provavelmente mais contagiante, que essas outras canções.

Na letra, Alanis consegue de uma maneira interessante mesclar ensinamentos budistas em um paralelo com a conexão entre os problemas globais e pessoais que o ser humano e a humanidade enfrentam: There is no difference in what we're doing here/ That doesn't show up as bigger symptons out there. Pena que no geral as pessoas não estejam interessadas e/ou capacitadas para ouvirem canções que vão além de um coração partido ou de uma sensação extremamente positiva. Underneath junto com Citizen formam uma boa dupla de abertura para o disco.

Straitjacket - Apesar de Citizen e Undernetah lembrar tanto musicalmente quanto liricamente a Alanis de discos como Supposed Former Infatuation Junkie (1998) e Under Rug Swept (2002), Straitjacket é a canção que mostra aos ouvintes o resultado da parceria com Guy Sigsworth e experimentações eletrônicas que resultou essa parceria. Ao mesmo tempo, prepara para outra faceta da artista que será possível encontrar em outras faixas de Flavors.

Apesar de Straitjacket iniciar com um vocal e letra com um q de raiva e rancor ala You Oughta Know, sucesso de Alanis de 1995 que a apresentou para o mundo, é a primeira música do disco que causa estranhamento pela melodia: um eletrônico cru para balançar o corpo, com certeza influência de Guy. Mas passado o estranhamento é capaz de ainda na primeira ouvida, no máximo na segunda, você estar dançando pela sala ao ouvir a música.

Versions Of Violence - O fator eletrônico aqui mais uma vez é o que manda, mas o estranhamento dessa vez fica por conta de um vocal mais grave (grosso) da Alanis. Somado aos riffs de guitarra que lembram Evanescence e Linkin Park.. Como o nome da música diz, na letra, ela apresenta possíveis versões da violência em vários aspectos da vida "algumas vezes escondidas, algumas vezes claras"; Entretanto, esta música não chega a ser empolgante e é um dos momentos mais mornos do disco.

Not As We - Após o peso e a fúria de Versions e do nível barulhento do disco até então, eis que Alanis vem com uma canção feita só com sua voz e piano. Comprovando assim, já na 5a faixa, seu ecletismo musical, que ela já declarou em entrevista que aprecia bastante.

Como foi possível perceber até o momento as letras dos discos são de temáticas mais abrangentes do que o encontrado no geral por aí, Mas como a artista é a Alanis, que se destacou no mundo com a música You Oughta Know, de 1995, onde escrachava o ex por ter trocado-a por outra. Mas em Not As We, assim como em outras músicas do disco, o tema das canções é o final do seu noivado/relacionamento. Mas desta vez não há raiva ou indignação, mas muita tristeza, a tal ponto que ouvir algumas canções chega a ser constrangedor. E Not As We é uma dessas canções.

Not As We é uma bela e característica balada by alanis: sobre a dor amorosa com vocal emocionado. "e começar de novo mas desta vez eu como eu, e não como nós", canta a canadense no refrão. Momento de beleza e emoção do disco.

In Praise Of the Vulnereable Man - Apesar da letra ser uma homenagem ao seu ex, o que poderia ter uma melodia e vocal triste, Alanis opta aqui, mais uma vez com auxílios eletrônicos, em fazer uma de suas músicas mais positivas e contagiantes. Possivelmente um contraponto proposital entre a letra e melodia.

Até por que, se depois de Not As We viesse outra balada triste você já teria cortado os pulsos ou parado de ouvir disco pela tamanha sinceridade que Alanis se expõe, o que gera uma inevitável identificação com a artista. Mas bem que essa música pede uma gaitinha em Dona Alanis?

Na letra ela ressalta características que seu ex tinha, lamenta por ter perdido essa convivência e ainda o agradece por ter permitido ela ter tido contato com alguém como ele, sem ironia. It's ironic, don't you think?

Moratorium - A base eletrônica ganha mais uma vez destaque em uma das canções menos empolgantes do disco, apesar da boa letra, de soar modernete e mostrar o quanto a voz da alanis é bonita.

A música lembra um pouco a batida drum'n'bass ou algo da brasileira Fernanda Porto (?!). Mas não deixa de ser admirável Alanis colocar uma música dessas em seu disco. Ponto para a ousadia.

Curiosidade: o título do disco está na letra desta música.

Torch - É uma das baladas mais constrangedoras que Alanis já escreveu ou compartilhou com o público, você fica até sem graça de ouvir algumas coisa que ela canta por ser tão pessoal.

Na letra, o ápice da tristeza, ela lista as coisas que sente falta do homem que a deixou com um tom melancólico. Como o seu cheiro, o corpo dele na cama e até o jeito como ele amava os cachorros dela.

Giggling Again for no reason - Mais uma faixa que causa estranhamento mas depois da segunda ouvida você vai curtir. É uma música com melodia bem pop e no refrão traz a alanis cantando em falsete, o que é quase o oposto ou muito contido para uma cantora que sempre "gritou" tanto.

Mas a letra é ótima - algo como falar sobre o nada e falar sobre tudo - e a batida dance-eletrônica também é bem agradável ao ponto de fazer você se imaginar andando por uma estrada com o som bem alto e tentando recuperar a força na vida ao ponto de rir de novo aparentemente sem razão, como diz a letra da música.

Tapes - Para os saudosos da alanis roqueira de Jagged Little Pill é a canção mais próxima. Entretanto, lembra Placebo em seus melhores momentos. A letra, pra variar, também é muito boa, uma espécie de ironia com as falas ditas para terminar um relacionamento. Um dos melhores momentos do disco.

Incomplete - Uma quase-balada com elefeitos eletrônicos. Traz na letra e melodia uma Alanis otimista em meio ao turbilhão de coisas que lhe aconteceu, mas que ainda acredita em si, na vida e nos seus sonhos. Ou que ao menos quer acreditar, como todos nós, que "um dia estará casada, com filhos, e talvez filhos adotivos". Para isso, uma melodia com direito a dedilhados no violão, backing vocal e cantar palavras como Deus e Paz. Entretanto os efeitos eltrônicos, sobretudo no refrão, são confusos - mal colocados - e deixa a música pouco melódica. Mas encerra bem o disco.

Confira aqui, a versão ao vivo de Citzen Of The Planet.

A foto que ilustra essa postagem é a edição especial do disco, que contém cinco músicas extras. Destaque para "Limbo No More". Ouça aqui. Por quê ela ñão colocou essa música no cd "oficial"? Ai Alanis!

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