terça-feira, 2 de outubro de 2007

E O PARAÍSO CHEGA AO FIM - o úlitmo capítulo de "paraíso tropical"


Na sexta-feira 28 de setembro a pergunta que inquietava boa parte do Brasil foi respondida. Afinal, na noite desse dia revelou-se “quem matou Taís”, a gêmea má da novela Paraíso Tropical. O assassino foi o Olavo e assim, os brasileiros puderam dormir mais aliviados, ao menos nesta noite. E espero, que como eu, com um sorriso no rosto.

Não que eu desejasse a morte do personagem do Wagner Moura, nada pessoal, é que a resposta de uma “difícil” pergunta não foi uma simples resposta. O final que o novelista Gilberto Braga deu para toda a novela foi melhor ou tão bom quanto a história que justificou a morte da personagem má de Alessandra Negrini. E que história!

A morte de Taís foi um mero acidente de percurso para Olavo, que já tinha em mente matar sua mãe, tio e o meio-irmão. Por quê? Poder e fortuna, oras. Taís só estava na hora errada e no lugar errado, mas considerando que ela era uma pessoa errada, foi tudo certo. Olavo revelou seu plano maquiavélico para Jáder enquanto Taís, escondidinha no banheiro do apartamento de Ivan, ouvia tudo. Foi só o personagem de Chico Diaz sair da cena que logo ela entrou triunfante, no melhor estilo dama de vermelho, para chantear o galã-vilão. Mas o glamour durou pouco, porque conforme disse Olavo enquanto envenenava a gêmea-má, momentos mais tarde na trama, desde quando ela ousou chantageá-lo ela “já estava no corredor da morte”.

Estas cenas modestamente descritas acima, somado a outra em que o Olavo também morre, após uma discussão com Ivan, já não mais meio-irmão, com a presença de outros personagens, foi um deleite para quem torcia por qualidade no horário nobre. E felizmente não foi só esses momentos bons na reta final da trama: Tony Ramos e Glória Pires nos presentearam com uma belíssima e emocionante atuação, como de costume nos trabalhos que fazem. Camila Pitanga em seus momentos finais só consagrou um dos melhores momentos, senão o melhor, de sua carreira até agora. O “Excelências” que ela dizia em uma cpi fictícia - que continha posturas reais de políticos - me fez rir horrores! E ainda teve a Beth Goulart, o Daniel Dantas, a Yona Magalhães... e até o casal insípido-incolor-inodoro-gay fizeram bonito em um texto maravilhoso anti-preconceito. A formula é essa, anota aí: elenco brilhante, texto de qualidade e direção competente (alguém me explica o que foi aquele jogo de câmera revelando a Taís escondida no banheiro? Tu-do!) só podia resultar em sucessso. Ah! E o melhor, sem excessos.
Por ser novela, é claro que teve casamento, mas nada de todos os casais da trama se encontrando em algum jardim com seus mais novos bebês. Isso foi outro ponto positivo. Gilberto Braga foi objetivo, não estendeu em detalhes desnecessários. Mas como nada é perfeito, o fim de Marion, personagem interpretada magnificamente bem por Vera Holtz, e o da personagem Alice foi muito... hã... “bem feito suas bandidas bobas - ha ha ha”. Mas sem dúvida, o resultado final foi muito positivo.

E o mais bacana de tudo isso, foi saber que foi algo transmitido em pleno horário nobre da tv, ou seja, acessível para qualquer um, para quem quisesse ver. Que sirva de exemplo para os envolvidos diretamente e indiretamente em entretenimentos do gênero. Sinalizando que é possível sim, fazer algo popular e de qualidade. Paraíso Tropical foi prova disso assim como é Madonna, Marisa Monte, Beatles, o extinto seriado Os Normais e o especial O Auto da Compadecida entre outros artistas e trabalhos artísticos, felizmente.

É claro que no caso específico da novela, não estamos diante de uma trama de David Lynch, de um suspense de Hitchcock ou de um drama de Lars von Trier e talentos semelhantes, mas que foi bom de assistir...oh se foi. Entendo a resistência de alguns que talvez tenham feito questão de não assistir, porque as novelas em geral, sobretudo seus finais, não são nada surpreentes ou empolgantes. Até mesmo o próprio Gilberto Braga acabou de forma aquém Celebridades, sua novela de 2003. Porém, o final de Paraíso Tropical foi justamente surpreendente e empolgante.

Com tudo isso, entendo melhor o que Zeca Camargo quis dizer quando escreveu em sua coluna que sua rotina seria alterada pela nova novela de Gilberto Braga. Não que eu desconhecesse o novelista, afinal, foi amor a primeira vista com a mini-série Anos Rebeldes, sentimento que ser forticou com a injustiçada Força de Um Desejo, com a vigorosa Celebridades e sei até da importância de Vale Tudo, porque na época era pequeno demais para saber o que passava na tv além de Xuxa.

Entretanto, é engraçado que Paraíso Tropical não me chamou a atenção no início, não sei se foi por ter mais uma vez o Rio de Janeiro como cenário depois da overdose de corcovado e Leblon de Páginas da Vida. Mas não importa, o que importa é que cheguei a tempo de ver um dos melhores finais de novela que já vi na tv.

Antes tarde do que nunca, já diz o ditado popular (olha essa palavrinha aí de novo gente!)
Bem Zeca, quem sabe te faço companhia na próxima novela do Gilberto Braga já que nossas rotinas estarão alteradas pelo mesmo motivo.

Ps: Salve-salve o elenco de Paraíso Troprical! Todos, todos foram excelentes. Desde Alessandra Negrini, protagonista e antagonista ao mesmo tempo que foi criticada no início da novela, até a “esquisita” Débora Duarte. Destaco a novata, ao menos pra mim, Maria Eduarda, que fez a Odete, me divertia muito quando ela entrava em cena.

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