segunda-feira, 5 de novembro de 2007

TIM FESTIVAL 2007! - claro, não foi em Belo Horizonte



Talvez você que acompanha o PARENTZS não saiba, mas sou de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Uma cidade bacana, não muito grande, mas uma das capitais brasileiras com um dos melhores índices de qualidade de vida - apesar de alguns contestarem isso. Bem, localização feita vamos ao que interessa:

No último fim de semana de outubro, eu fui para São Paulo, capital. Não porque eu sinta falta de garoa, apesar de BH ultimamente parecer implorar por uma, mas por eu ser, relativamente, um bom apreciador de música. Assim, eu TIVE QUE IR para São Paulo porque mais precisamente no dia 28 de outubro, aconteceu mais uma edição do TIM Festival: aquele festival bacana que todo ano trás alguns artistas idem para nossa terrinha tupiniquim. Na noite deste dia foi a vez de Bjork, Juliette and The Licks, Artic Monkeys, The Killers, dentre outros.

E por que eu fui para São Paulo? Ora, porque shows desse tipo não vêm para Belo Horizonte. Há uns dois ou três anos até teve uma edição do Festival em BH, mas parece que "não d'eu ibope". Penso: será que foi pelo fato do artista principal daquela vez ter sido Elvis Costello? Bem, o que se pode afirmar com certeza é que BH anda carente de bons shows internacionais. Se em outubro, por exemplo, São Paulo, Rio e Curitiba tiveram os artistas citados, além de outros bacanas como Anthony And The Jonshons e Cat Power, nós mineirinhos, tivemos Akon e o último show de Sandy & Júnior (uhu!).

Infelizmente, não fui em nenhum dos que tiveram em BH. Mas fiquei sabendo que no do Akon, aquele cantor de voz esganiçada que teve alguns hits nas rádios mundiais em 2007, não foi muito bom e Belo Horizonte ainda ficou "queimada" pra ele, já que ele pulou no meio do público e teve seu celular roubado. Mas me pergunto, o por que de alguém fazer o show com o celular no bolso? Talvez isso explique o show ter sido curto. Só sei, que quem tiver com o telefone móvel dele, por favor, ligue para a Madonna ou Gwen Stefani e fale com elas para incluírem BH na próxima turnê, ok? Quanto ao show dos irmãos "maria chiquinha"... bem, vamos ao Tim Festival:

Antes dos artistas principais da noite do dia 28 de outubro, teve a apresentação de Spunk Rock e Hot Chip. Na primeira banda não prestei muita atenção e o que ouvi não gostei: era algo como os batuques do Olodum com vocal em inglês. Já a segunda, me surpreendi com um bom eletro-rock, com referências a New Order. Com certeza, saí de lá ao menos com um dever de casa: ouvir algo mais do Hot Chip. Já os shows principais....

BJORK - Ela foi a razão principal para eu ter embarcado em uma excursão onde não conhecia ninguém rumo a São Paulo. O show dela teve atraso, por causa da montagem de seu palco/cenário, o que não me incomodou em nada, mas com certeza deixou os fãs das outras bandas chateados. Afinal, eles entraram no palco com apenas três horas de atraso. Mas como disse, ver a islandesa ao vivo compensaria tudo. E felizmente, não me enganei.

Bjork entrou no palco com um figurino característico de seu vestuário. Ou seja, algo exótico. A tal ponto que uma menina que estava ao meu lado disse "nossa, ela está parecendo nossa senhora aparecida" (?!) - País católico tem dessas coisas... O figurino de Bjork, que já na segunda música era outro, uma espécie de vestido meio sanfonado e colorido, a primeira vista parecia algo apenas exótico mesmo, mas com o passar do show você percebe que até este figurino contribui para sua apresentação. Como quando ela ia fazer reverência ao público no final das músicas, num gesto de agradecimento, a pose que fazia, mostrava seu vestido com um grande leque colorido.

A primeira música foi "Earth Interludes", single de seu último disco Volta, lançado em maio deste ano, que colocou todos para dançar em meio a gritos de euforia de fãs - como eu - que não acreditavam que a islandesa mais famosa do mundo estava a poucos metros de distância. Outras canções de Volta, como "Innocence" e "Declare Independance" - esta última fechou o show de forma catártica, com direito a papel picado, raio laser e Bjork mostrando uma veia rock'n'roll (resquícios do Sugarcubes?) - foram alguns dos pontos altos do show, que foi marcado por muitos momentos para dançar.

"Jóga" e "Anchor Song" foram as músicas que proporcionaram os momentos mais lindos, poéticos e emocionantes do show. Talvez, porque realçaram a voz da cantora em uma das interpretações mais belas da noite. Que me deixaram olhar para o céu e me perguntar "how beautiful to be?". Anchor, ainda teve o acompanhamento, mais ressaltado, de uma banda de sopro formada só por mulheres, que Bjork trouxe da islândia. Em alguns momentos, Bjork parecia uma criança se divertindo no quarto com os seus brinquedos preferidos e nós, o público, olhando isso pela janela: um privilégio, sem dúvida.

Entretanto, confesso que o show de Bjork não é para esse tipo de festival, ao menos à proporção que o TIM Festival tem tomado: público grande e locais abertos. Mas de qualquer forma foi Bjork, que tem uma das mais belas vozes e criatividade do mundo da música, ao vivo.

JULIETTE AND THE LICKS foi a próxima atração, depois de um intervalo merecido. A cantora, que tem em seu passado uma admirável carreira de atriz, fez uma das apresentações mais performáticas da noite. Por que será? Bem, o que importa é que ela, acompanhada de uma clássica formação de banda de rock - bateria, baixo e guitarra - desempenharam muito bem e de forma sensual a razão de estarem ali. A frontwoman conseguiu com canções básicas de rock, e nem por isso ruins, como "sticky honey", fazer a platéia balançar. Inclusive eu, que não conhecia tão bem o seu repertório. Já os fãs de Juliette foram uns espetáculos a parte: foram com um cocar de índio na cabeça, como o que ela usa na capa de Four On the floor, seu mais recente disco, e não coincidentemente, abriu o show usando um. Até eu queria estar com um desses.

ARTIC MONKEYS desculpe-me: não vi o show de vocês. Sim, eu estava no festival, mas estava acabado quando vocês entraram no palco e ainda tinha o show do Killers... Mas calma, não me ignorem. Antes de ir a São Paulo, ouvi bastante os discos de vocês e fiquei positivamente surpreso e entendi por que todo o frenesi em torno de vocês. Além disso, o clipe de "florescent adolescent" é um dos mais legais lançados nos últimos tempos. Mas não deixem o Brandon Flowers ouvir o que vou dizer, por que ele parece ser bem vaidoso, mas eu achei o disco de vocês até mais interessantes que o de sua banda. Mas então, por que eu assisti ao show deles e não o seu? Bem, como disse, estava cansado e... na boa? Não ia abrir mão de pular e gritar em "Read My Mind" e "When You Were Young".

THE KILLERS subiu ao palco por volta das 4 da manhã. Parece que a parada no show do Artic Monkeys foi estratégica porque eu estava no pique total. Ou será que foi o açaí que eu tomei antes do show? Sim, eu tive que tomar açaí porque água e refrigerante não tinha mais no Festival. Isso mesmo, paguei R$100 reais no ingresso e pagava 3 reais para um copo 500 ml de água para antes do final do festival não ter mais água nem refrigerante. Tinha um resto de cerveja ainda.. mas como não tomo cerveja... Ou seja, só resta dá um grande e sonoro Parabéns aos organizadores. Voltando ao show...

A banda do charmoso Brandon Flowers tocou por volta de uma hora e levou o público ao delírio. Eu não sou fã da banda, mas gosto de algumas músicas e até das inserções de Brandon no piano. Eles me lembram um pouco do Queen e até do U2 e os dois discos da banda são consideravelmente diferentes. Talvez o The Killers esteja na adolescência: ainda não sabem quem são e por isso buscam referências nos ídolos, mas mesmo assim conseguem soar originais ou ao menos revigorantes o suficiente para fazer as 20 mil pessoas que estavam no Anhembi, em São Paulo, pularem e cantarem junto suas canções, como quando emendaram “When You Were Young” e “Somebody Told Me”. Aliás, cantar e pular foi quase ordem ao longo do show do Killers. E para completar, ao menos onde eu estava, não estava tão cheio, não teve confusão e estava até um clima fraterno onde todos pulavam e cantavam juntos. E olha que eu não estava na área VIP. Sim, o TIM Festival desse ano inventou essa palhaçada.... O Show do Killers foi bacana e fechou a noite, ou melhor, o dia, afinal era por volta de 5h quando eles saíram do palco. Os norte-americanos com certeza fizeram todos irem embora satisfeitos e felizes de terem participado de uma das melhores noites de música deste ano.

Mas se você mora em BH e tem esperanças de que algo bom aconteça em alguma casa de show da cidade. Adianto, que é bom você procurar uma agência de viagem mais próxima. Ao menos neste mês de novembro. A não ser que você seja fã de JOJO. "Quem?" Eu respondo: Uma garota de 15 anos que canta "Too Little Too late". Não adiantou muito né? Bem, ela vem para um dos principais festivais de BH em novembro. O mesmo festival que no ano passado trouxe Black Eye Peas e New Order. Uma edição exceção na história do Festival, que frustrou todos os mineiros que esperavam algo do tipo em 2007. Bem, em São Paulo e Curitiba, vai ter Chemical Brothers, Lily Allen, Cansei de Ser Sexy dentre outros. Bem, se continuar assim, talvez eu não more mais aqui.

Mas até que BH às vezes surpreende. Afinal já tocaram aqui na cidade Moby e The Cardigans, dois showzaços. Sobretudo o do careca, mas confesso que ambos estavam relativamente vazios. Talvez seja por isso que não tenha tanto shows gringos na cidade. Talvez, afinal, também já vieram “para cá” Norah Jones e Fat Boy Slim, shows em que o público simplesmente compareceu em peso. Lotando os locais onde foram realizados. Talvez, o que falte, seja os organizadores e produtores locais trazerem mais opções ao público “musical” da cidade.

5 comentários:

Anônimo disse...

É por isso que eu falo: o Tim está muito teen.

Eu queria ver a Bjork, confesso, mas além da falta de grana, esse público difuso e confuso de festivais que vão ver UMA coisa só me deixa meio desanimado.

Anônimo disse...

velho, beagá não é tão ruím assim.
vamos ter LCD SoundSystem e Battles esse mês. Claro, não chega perto de Bjork, mas ...

http://www.youtube.com/watch?v=J__dioRBmbk

http://www.youtube.com/watch?v=1LLAN29W-4w

Anônimo disse...

Valmickey, esqueceu do Tiësto? Erick Morilo e tantos ouros DJ que passaram por BH este ano? Ainda teve Akon. Tadinho. Roubaram o cell dele em pleno show.

Acho que BH está tendo shows como nunca teve antes. E melhor, está conseguindo absorver todos eles, mesmo com a média de ingresso girando em torno de R$ 150,00.

Coitados daqueles, que como eu, gostam de tudo ou, simplesmente, aderem ao famoso jarguão do "sou eclético". Entre micaretas, shows e trances o dinheirinho ganha, literalmente, ASAS acompanhando de um bom 12 anos OU NÃO.

Filipe Gouvêa Reis disse...

Opa! A Priscila acaba de me indicar seu blog. Eu era o amigo dela quem também estava naquela noite maravilhosa de 28/10.

Também fiz um post só sobre os shows. Depois se quiser dar uma passada... Só não me joga pedras pela parte Björk da resenha! hehe.. Mas você sabe como é, compartilho da opinião que aquele não era o lugar ideal pra ter uma apresentação da Islandesa.

Abraços.

www.necessidadedeexpressao.blogspot.com

Priscila Cunha disse...

Que noite maravilhosa aquela! Sem palavras, estou morta de cansaço até hoje! Nem preciso dizer que eu estava muuuuuuuuuito bem acompanhada, né?! Maridão rock star e os amigos tão queridos! Aliás, resenhistas de mão de cheia! Exbanjando talento sem miséria!
Qto ao festival, foi a minha primeira vez lá no Tim. Achei que tem aquele velho problema de eventos desse tipo: aquela mania de misturar shows nada a ver e públicos totalmente diferentes tb. Até que não chegou a ser uma coisa horrenda como o Carlinhos Brown no Rock n´Rio, mas foi perturbador em alguns momentos.
Não sou fã de Björk, mas até que gostei do som. Só não gostei de tê-lo ouvido naquele ambiente ali. Deve ser um show maravilhoso em lugar fechado, com direito a ver todo o espetáculo visual de palco etc. Acho que o atraso extremamente abusivo tb me tirou a paciência. (Lembrando que a mesma coisa aconteceu no show do Killers) Acho que o ideal nesse tipo de Festival é manter um palco único, mais ou menos, como o do Live Earth. É claro que a gente perde um pouco da magia dos shows, mas essa perda é incomparável diante do cansaço desses atrasos.

Mickey, adorei o post! O blog tá demais! Continue investindo! E pode deixar que eu vou seguir firme na propaganda!